Candidatos evitam comentar liderança de Russomanno
Na sua vez, Russomanno agradeceu seus possíveis futuros eleitores e disse que "a eleição não está ganha ainda"
Da Redação
Publicado em 17 de setembro de 2012 às 22h23.
São Paulo - No primeiro bloco do debate Estadão/TV Cultura/YouTube com os candidatos que disputam a Prefeitura de São Paulo , o mediador Mario Sergio Conti perguntou aos participantes a avaliação deles sobre o atual líder nas pesquisas de intenção de voto, o candidato do PRB, Celso Russomanno.
Levy Fidelix (PRTB), José Serra (PSDB), Fernando Haddad (PT) e Gabriel Chalita (PMDB) evitaram entrar no mérito da pergunta. Os candidatos do PT, PMDB e PSDB preferiram dizer que ainda não há nada definido sobre o resultado dessa eleição e que os eleitores ainda estão analisando as propostas dos candidatos.
"Não me sinto à vontade para analisar a trajetória de um candidato com o qual estou disputando", disse Serra. "Muita coisa vai acontecer, coisas que o candidato têm proposto vão ser analisadas da mesma maneira que sua biografia", completou o tucano.
Haddad foi na mesma linha e disse que a pergunta pressupõe que "as coisas não vão evoluir" e disse que o eleitorado ainda vai se informar sobre as propostas do candidato nos próximos dias. "Eu penso que há um sentimento de mudança na cidade", afirmou ainda o petista. Chalita reforçou: "o eleitor não definiu nada ainda".
A primeira a falar especificamente sobre o perfil de Russomanno foi Soninha Francine (PPS), destacando que Russomanno teve exposição em TV aberta durante muito tempo e foi "o grande paladino do consumidor". Além disso, a candidata afirmou que Russomanno foi "subestimado" pelos demais candidatos e se viu livre das "trocas de farpas".
Paulinho da Força (PDT) afirmou que Russomanno votou contra o interesse do povo no Congresso Nacional. "Não entendo uma pessoa que faz o que você faz. Parece que tem duas caras", alfinetou.
Carlos Giannazi (PSOL) também criticou o candidato do PRB e disse que Russomanno é um "filho bastardo do Lulo petismo e do populismo conservador de São Paulo", usando expressão do filósofo Vladimir Safatle. "É também um produto da falência do rebaixamento político que nos estamos vivendo", disse Giannazi, afirmando que Russomanno tem "propostas altamente duvidosas, como a verticalização das creches".
Na sua vez, Russomanno agradeceu seus possíveis futuros eleitores e disse que "a eleição não está ganha ainda". O candidato do PRB se limitou a responder a Paulinho e a Giannazi. Sobre o candidato do PDT, Russomanno disse que ele "está muito mal informado" sobre suas votações e completou dizendo: "as pessoas não duvidam do meu caráter." Ele respondeu a Giannazi dizendo que já há duas creches verticalizadas em São Paulo.
A pergunta que abriu o debate Estadão/TV Cultura/YouTube causou surpresa em alguns convidados presentes à plateia do teatro Franco Zampari. Ana Estela, mulher do candidato do PT, Fernando Haddad, que ao chegar para o evento elogiou o modelo de pergunta única para todos (no primeiro bloco), foi uma das que arregalou os olhos ao ouvir o mediador Mario Sergio Conti perguntar aos concorrentes o que pensavam de Celso Russomanno, primeiro colocado nas recentes pesquisas de intenção de voto nessa disputa.