Câmara tem só mais uma semana para aprovar reforma política
àS SETE - A denúncia contra o presidente Temer adiou ainda mais as possibilidades de mudança eleitoral, que devem ser sancionadas até um ano antes do pleito
Da Redação
Publicado em 19 de setembro de 2017 às 06h45.
Última atualização em 19 de setembro de 2017 às 07h28.
Chegou a hora de o Congresso apreciar de vez a reforma política , adiada sucessivamente nas últimas semanas. O calendário ganhou na semana passada mais um fator de pressão: a denúncia contra o presidente Michel Temer, por organização criminosa e obstrução de Justiça.
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O rito de tramitação da denúncia deve ocupar de vez a agenda dos deputados, botando em risco as mudanças eleitorais, que precisam ser sancionadas até um ano antes do pleito, que será no início de outubro de 2016. A data limite é dia 7.
A primeira denúncia contra Temer, de ponta a ponta, levou 36 dias entre apresentação e arquivamento na Câmara. Caso a denúncia chegue à Casa, seria um atestado de morte às mudanças não aprovadas, pois os deputados têm pouco mais de duas semanas para definir as mudanças e entregá-las ao Senado.
Nesta terça-feira, os líderes partidários se reúnem para tentar um acordo. O roteiro é conhecido e o mesmo que impede a votação há semanas.
A pauta é o fundo público de 3,6 bilhões de reais para financiamento de campanhas e a implementação do distritão. O fundo é dado como certo que será rejeitado.
PT, aliados e partidos como PRB e PR, que têm puxadores de voto em seu rol de candidatos, são contra o distritão.
A base do governo está do outro lado, contando que esta será uma forma de transição para o distrital misto nas eleições seguintes, em 2020. Como as propostas são alterações por meio de PEC, é necessário 308 votos em Plenário.
Na quarta-feira, a saga continua com a PEC que prevê a instauração da cláusula de desempenho e fim das coligações proporcionais.
Parece algum alento, pois é quase consenso que esta reforma já representa alguma vantagem eleitoral para 2018, pois limita o número de partidos na Câmara e facilitaria o trabalho da base do próximo presidente.
Além disso, a PEC já foi aprovada pelo Senado e seria mais facilmente implementada. Enfrenta ainda a resistência de partidos pequenos.
O texto-base da matéria foi aprovada em Plenário no dia 5 de setembro, mas os deputados precisam analisar os destaques. Aí entra o porém: a rigor, os destaques apresentados podem desfigurar completamente o texto.