VACINA CONTRA O CORONAVÍRUS: acordo prevê o acesso a 100 milhões de unidades da vacina no Brasil (Dado Ruvic/Reuters)
Felipe Giacomelli
Publicado em 1 de julho de 2020 às 06h44.
Última atualização em 1 de julho de 2020 às 07h05.
A Comissão Especial de enfrentamento à pandemia de covid-19 da Câmara dos Deputados recebe, nesta quarta-feira, 1º de julho, o embaixador britânico no Brasil Vijay Rangarajan. O objetivo é falar sobre o desenvolvimento da vacina que combate o coronavírus e está sendo desenvolvida em uma parceria entre a Universidade de Oxford e o laboratório AstraZeneca.
Além do diplomata, participam do debate representantes da instituição de ensino, membros do laboratório, a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e do Instituto D'Or de Pesquisa.
Até o momento, a vacina criada pela universidade britânica é uma das mais promissoras para frear o contágio do coronavírus entre as mais de 130 que estão em desenvolvimento. Na semana passada, a Organização Mundial da Saúde chegou a classificar como "a mais avançada do mundo".
Ela está na fase 3 da pesquisa em que são feitos testes em humanos em grande escala, após mostrar sucesso com análises em laboratório e com pouco ou nenhum efeito colateral.
E o Brasil é fundamental nesta etapa de validação da eficácia da vacina, principalmente porque os testes precisam acontecer onde a população esteja exposta ao vírus. E o país ainda enfrenta muitos problemas em diversas regiões para conter o avanço da doença.
Por aqui, 3 mil pessoas participam desta fase. Metade recebe uma dose da vacina e a outra, um placebo. Após o período de incubação do vírus, os pesquisadores observam qual a taxa de pessoas que adquiriu imunidade ao SARS-CoV-2 nos dois grupos.
Do total de voluntários, 2 mil são funcionários do Hospital São Paulo, ligado à Unifesp, que já começaram a receber as doses. A rede D'Or vai fazer mais mil aplicações em voluntários no Rio de Janeiro.
O Ministério da Saúde anunciou no fim de semana uma parceria com o laboratório AstraZeneca e a Universidade de Oxford para a produção da vacina. O acordo prevê a transferência de tecnologia e a compra de lotes de forma prioritária. O primeiro deles envolve a aquisição de 15 milhões de doses, que chegam ao país em dezembro. Se comprovada a sua eficácia, a vacina será produzida no Brasil. O acordo prevê o acesso a 100 milhões de unidades da vacina por aqui.