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Câmara de SP aprova Orçamento de R$ 111 bi; Nunes terá 16,6% mais recursos em ano eleitoral

Em ano que concorre à reeleição da prefeitura, Nunes terá disponível R$ 3,8 bilhões para aplicar em programas de habitação

Plenário da Câmara Municipal de São Paulo, no Centro da capital (Afonso Braga/Flickr)

Plenário da Câmara Municipal de São Paulo, no Centro da capital (Afonso Braga/Flickr)

Estadão Conteúdo
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Agência de notícias

Publicado em 22 de dezembro de 2023 às 14h29.

Última atualização em 22 de dezembro de 2023 às 14h45.

O Plenário da Câmara Municipal de São Paulo aprovou na quinta-feira, 21, em segunda votação, o Orçamento da cidade para o próximo ano. O valor total é de R$ 111,8 bilhões, o que representa um aumento de 16,6% em comparação ao Orçamento aprovado para este ano. O valor ampliado estará disponível para o prefeito Ricardo Nunes (MDB) em ano eleitoral.

O projeto foi enviado pelo prefeito à Câmara Municipal em 29 de setembro e foi aprovado de forma simbólica, ou seja, sem contagem de votos. Ainda assim, as bancadas do PT e do PSOL se posicionaram contrários à proposta.

Em ano que concorre à reeleição da prefeitura, Nunes terá disponível R$ 3,8 bilhões para aplicar em programas de habitação. O valor é o orçamento da Secretaria de Habitação, que passou de R$ 2,5 bilhões em 2023 para R$ 3,8 bilhões no ano eleitoral, quase 50% a mais. A pauta da habitação é a principal bandeira de seu adversário, o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP).

Na última semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva veio à capital paulista em demonstração de apoio a Boulos na corrida pela prefeitura. Não por acaso, os dois participaram juntos de evento da assinatura do contrato de início de obras do empreendimento habitacional Copa do Povo, que faz parte do programa do governo federal Minha Casa, Minha Vida na zona leste de São Paulo.

O prefeito respondeu ao ato. Durante entrega de 109 moradias populares pela prefeitura nesta quarta-feira, 20, na Vila Olímpia, Nunes falou abertamente em reeleição e alfinetou Boulos. "É muito fácil as pessoas dizerem que defendem a habitação, que defendem não sei o quê, e a entrega, zero. O importante é isso aqui, concretizar o sonho", declarou.

Outra medida popular que alavanca Nunes na corrida eleitoral e está prevista no Orçamento é a tarifa de ônibus municipais grátis aos domingos.

A Secretaria de Mobilidade e Trânsito recebeu o incremento de 67% comparado ao orçamento deste ano, chegando a R$ 10,4 bilhões prevendo os gastos com a implementação do novo programa.

O prefeito andou de ônibus no último domingo, 17, para lançar o programa. Passageiros reclamaram sobre a tarifa gratuita ser implementada no único dia que têm para descansar, e não em dias úteis.

Defendida ao longo dos anos pela esquerda, em movimentos como o do Passe Livre (MPL), a proposta deve invadir as campanhas eleitorais de 2024. Adversários de Nunes avaliam que esta pode ser a bandeira que ele precisa para se reeleger.

O orçamento da SPTrans, uma entre as empresas que recebem subsídio da prefeitura, passará de R$ 10,8 bilhões para R$ 12,1 bilhões em 2024, representando mais de 81% da verba destinada às empresas.

A secretaria que ficou com a maior parte do Orçamento foi a de Educação, com R$ 21,8 bilhões, seguida pela pasta da Saúde, com R$ 17,8 bilhões.

Entre as subprefeituras, a Sé é a primeira colocada, com R$ 127 milhões, seguida pela subprefeitura de São Mateus, com R$ 74 milhões. O projeto seguirá para a sanção do próprio prefeito.

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