Metrô de São Paulo: a entidade deu falta das caixas contendo os documentos em julho (LeoMSantos)
Da Redação
Publicado em 1 de dezembro de 2012 às 09h35.
São Paulo - O Metrô de São Paulo publicou edital na sexta-feira informando sobre o extravio de 15.399 caixas com documentos do arquivo da companhia. São papéis diversos, incluindo contratos assinados entre 1977 e 2011 e relatório de análises das ocorrências da Comissão Permanente de Segurança (Copese) de 2006 a 2009, entre outros arquivos. Além de abertura de processo interno, foi feito um boletim de ocorrência e a polícia vai apurar o caso.
O sumiço dos documentos foi constatado em 9 de julho, mas o edital relatando o problema só foi publicado ontem no Diário Oficial Empresarial. O texto diz que o boletim de ocorrência do desaparecimento dos documentos foi feito no dia seguinte, sob número 1.435. Mas a Secretaria de Estado da Segurança Pública não confirmou a informação - ao menos na Delegacia do Metropolitano (Delpom), que recebe demandas do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).
O Metrô disse que não poderia dar detalhes sobre o caso desta sexta-feira porque os responsáveis pelas áreas não estavam trabalhando.
A extensa relação de documentos contém papéis de desde 1977, quando o Metrô tinha apenas três anos de operação comercial. Os mais recentes são do ano passado. Os processos de "incidentes notáveis" - nome dado pelo Metrô para as ocorrências graves, que paralisam a operação e precisam de auxílio de ônibus para o transporte da população - vão de 2007 a 2009. Nesse período, houve pelo menos 11 grandes panes na rede.
Há duas investigações em andamento no Ministério Público Estadual sobre suspeitas de delito envolvendo o Metrô. Uma é sobre a licitação para o prolongamento da Linha 5-Lilás - em que há suspeita de fraude, com combinação de resultados por empresas envolvidas - e outra que investiga superfaturamento em contratação de serviços para reformas de trens das linhas já existentes. Promotores ouvidos pela reportagem, no entanto, disseram não acreditar que o sumiço possa prejudicar as ações - no caso da Linha 5, principalmente, porque o inquérito já foi relatado à Justiça. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.