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Caixa diz que suspendeu repasse a investigadas na Lava Jato

O banco disse que não contratará os serviços dos dois fornecedores alvo da investigação até que sejam concluídas as apurações do caso


	Caixa: o banco já tinha informado que abriu investigação interna para a apuração do caso logo que a operação veio à tona
 (Tânia Rêgo/ABr)

Caixa: o banco já tinha informado que abriu investigação interna para a apuração do caso logo que a operação veio à tona (Tânia Rêgo/ABr)

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Da Redação

Publicado em 24 de abril de 2015 às 07h17.

Brasília - Depois de deflagrada a fase da Operação Lava Jato batizada de "A Origem", a Caixa Econômica Federal informou que suspendeu os pagamentos de serviços prestados pelas empresas IT7 e Borghi/Lowe e que não contratará os serviços dos dois fornecedores alvo da Polícia Federal e do Ministério Público até que sejam concluídas as apurações do caso.

Os contratos sob suspeita teriam favorecido o ex-deputado paranaense André Vargas, ex-dirigente do PT que deixou o partido após ser envolvido no escândalo da Lava Jato.

O Ministério Público Federal recolheu provas em quatro supostos esquemas nos quais Vargas teria usado o cargo público para obter vantagens de natureza pessoal. Entre eles, contratos fictícios de publicidade e na área de tecnologia da Caixa.

O banco estatal já tinha informado que abriu investigação interna para a apuração do caso logo que a operação veio à tona. Segundo a Caixa, a comissão terá um mês para a realização dos trabalhos.

"A Caixa Econômica Federal esclarece que nos relatórios da Polícia Federal e do Ministério Público, que deram embasamento à Operação A Origem, não houve nenhuma indicação de prática de irregularidade pela Caixa ou por seus empregados", diz a nota enviada pela assessoria de imprensa.

Documentos

A instituição informou que enviou cópia dos processos de licitação dos fornecedores e dos contratos firmados à Polícia Federal, ao Ministério Público, à Controladoria-Geral da União (CGU) e ao Tribunal de Contas da União (TCU).

Segundo o banco, são cerca de 30 mil processos, que foram transferidos do arquivo de Goiânia para o edifício-sede da Caixa, em Brasília.

Os documentos estão em "ambiente seguro e com acesso controlado". O banco afirmou estar à disposição dos órgãos para os esclarecimentos necessários.

O Ministério da Saúde designou uma comissão interna de sindicância para averiguar supostas irregularidades no contrato de publicidade da pasta apontadas pela Lava Jato. A comissão é formada por três integrantes e tem um mês (até 13 de maio) para a conclusão dos trabalhos.

O ministério também suspendeu os pagamentos à agência acusada de sublocar outras prestadoras de serviços para repassar valores para o ex-deputado e para seu irmão Leon Vargas. Os dois foram presos pela PF, mas só o ex-parlamentar segue na carceragem.

A pasta também vai repassar as informações dos contratos de publicidade no período analisado pela PF - janeiro de 2009 a março de 2015 - à CGU, ao TCU e ao Ministério Público, "para reforçar as medidas de controle e auxiliar nas investigações".

A reportagem tentou falar com Nicole Trauczynski, advogada de André Vargas, mas não conseguiu localizá-la na noite de ontem no celular.

Ela fez a defesa de Enivaldo Quadrado na Lava Jato, também investigado no mensalão. Quadrado colaborou com os investigadores e já obtém os benefícios disso.

O advogado Alexandre Augusto Loper, que defende o empresário Leon Vargas, afirmou que só vai se pronunciar quando tiver "claramente a noção de que crimes querem imputar" no cliente dele.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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