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Cachoeira visou terreno para aeroporto, mostra grampo

Carlinhos Cachoeira tentou negociar com a Construtora Leão & Leão, citada em denúncias envolvendo o ex-ministro Antônio Palocci a construção de um aeroporto em Goiânia

Numa das conversas, Cachoeira pede a um homem dados sobre o terreno, de aproximadamente 30 alqueires, no Parque Industrial de Aparecida de Goiânia (Agência Brasil)
DR

Da Redação

Publicado em 13 de setembro de 2012 às 19h40.

Brasília - Grampos da Polícia Federal indicam que o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, tentou fazer negócios com a Construtora Leão & Leão, citada em denúncias envolvendo a administração do ex-ministro Antônio Palocci (PT) na Prefeitura de Ribeirão Preto. Nas escutas, o contraventor discute a compra de um terreno da empreiteira em Aparecida de Goiânia (GO), visado para a construção de um aeroporto com verba pública.

Numa das conversas, ocorrida em 10 de agosto do ano passado, Cachoeira pede a um homem, responsável por estudos na área, dados sobre o terreno, de aproximadamente 30 alqueires, no Parque Industrial de Aparecida de Goiânia. O objetivo era levar informações para uma reunião com o senador Demóstenes Torres (ex-DEM, sem partido-GO) e o prefeito da cidade, Maguito Vilela (PMDB).

O interlocutor explica que o lote era da Leão & Leão, que se interessara pelo projeto do terminal aéreo. Ele ouve do contraventor que o senador já buscava verba para a obra.

"O Maguito estava conversando com o Demóstenes para mandar dinheiro para lá, R$ 40 milhões. O Demóstenes estava arranjando dinheiro para mandar", afirma Cachoeira, acrescentando que precisa saber se o empreendimento avançou nos órgãos federais de controle da aviação. "Vou chamar você para a gente viabilizar isso aí junto com o Maguito."

No mesmo dia, Cachoeira aciona aliados para levantar a situação do projeto na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e na Prefeitura de Aparecida de Goiânia. "São 30 alqueires de terra, que estão pagando R$ 300 milhões. Vê se essa informação te interessa", diz um dos informantes, identificado como Mateus, ao contraventor.

Cinco dias depois, Cachoeira conversa com o ex-diretor da Delta Construções no Centro-Oeste, Cláudio Abreu, sobre a compra do terreno.

"O Heraldo (Puccini Neto, ex-diretor no Sudeste) acabou de fazer um exame, vai encontrar com os caras da Leão & Leão. Contei para o Pacheco (Carlos Pacheco, ex-diretor executivo da construtora), o negócio da área... eu falei que você que estava comprando... ele está querendo entrar com você na compra da área", diz Abreu.


Coaf

Relatório do Conselho de Atividades Financeiras (Coaf) remetido à CPI do Cachoeira cita vínculo entre a Leão & Leão e o laboratório Vitapan, de propriedade de Cachoeira, segundo a PF. No documento, as empresas fizeram um negócio de R$ 10 mil em 2005, mas não cita a natureza da transação.

O jornal O Estado de S. Paulo não conseguiu falar nesta quarta com representantes da Leão & Leão para confirmar se foi feito negócio com Cachoeira ou com a Delta. A Prefeitura de Aparecida de Goiânia informou que o prefeito Maguito Vilela nunca tratou do aeroporto com o contraventor e que a obra está em fase de projeto executivo. A Anac não se pronunciou nesta quarta. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Numa das conversas, ocorrida em 10 de agosto do ano passado, Cachoeira pede a um homem, responsável por estudos na área, dados sobre o terreno, de aproximadamente 30 alqueires, no Parque Industrial de Aparecida de Goiânia. O objetivo era levar informações para uma reunião com o senador Demóstenes Torres (ex-DEM, sem partido-GO) e o prefeito da cidade, Maguito Vilela (PMDB).

O interlocutor explica que o lote era da Leão & Leão, que se interessara pelo projeto do terminal aéreo. Ele ouve do contraventor que o senador já buscava verba para a obra.

"O Maguito estava conversando com o Demóstenes para mandar dinheiro para lá, R$ 40 milhões. O Demóstenes estava arranjando dinheiro para mandar", afirma Cachoeira, acrescentando que precisa saber se o empreendimento avançou nos órgãos federais de controle da aviação. "Vou chamar você para a gente viabilizar isso aí junto com o Maguito."

No mesmo dia, Cachoeira aciona aliados para levantar a situação do projeto na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e na Prefeitura de Aparecida de Goiânia. "São 30 alqueires de terra, que estão pagando R$ 300 milhões. Vê se essa informação te interessa", diz um dos informantes, identificado como Mateus, ao contraventor.

Cinco dias depois, Cachoeira conversa com o ex-diretor da Delta Construções no Centro-Oeste, Cláudio Abreu, sobre a compra do terreno.

"O Heraldo (Puccini Neto, ex-diretor no Sudeste) acabou de fazer um exame, vai encontrar com os caras da Leão & Leão. Contei para o Pacheco (Carlos Pacheco, ex-diretor executivo da construtora), o negócio da área... eu falei que você que estava comprando... ele está querendo entrar com você na compra da área", diz Abreu.


Coaf

Relatório do Conselho de Atividades Financeiras (Coaf) remetido à CPI do Cachoeira cita vínculo entre a Leão & Leão e o laboratório Vitapan, de propriedade de Cachoeira, segundo a PF. No documento, as empresas fizeram um negócio de R$ 10 mil em 2005, mas não cita a natureza da transação.

O jornal O Estado de S. Paulo não conseguiu falar nesta quarta com representantes da Leão & Leão para confirmar se foi feito negócio com Cachoeira ou com a Delta. A Prefeitura de Aparecida de Goiânia informou que o prefeito Maguito Vilela nunca tratou do aeroporto com o contraventor e que a obra está em fase de projeto executivo. A Anac não se pronunciou nesta quarta. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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