CACHOEIRA: por decisão de desembargador do Rio de Janeiro, o bicheiro pode deixar a prisão / Ueslei Marcelino/ Reuters
Da Redação
Publicado em 30 de junho de 2016 às 19h02.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h06.
Cachoeira preso
A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira a Operação Saqueador, que investiga a lavagem de 370 milhões de reais, e prendeu o contraventor Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e outras duas pessoas. A PF também investiga a Delta Construções, o empresário Fernando Cavendish e o lobista Adir Assad. Foram usadas na investigação delações premiadas de pessoas ligadas à empreiteira Andrade Gutierrez investigadas na Lava-Jato. Os procuradores descobriram que obras contratadas pela Delta não chegaram nem mesmo a ser executadas, como a transposição do rio Turvo, no Rio de Janeiro, orçada em 80 milhões de reais. Cavendish está fora do país e será procurado pela Interpol.
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Cabral investigado?
O ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral é investigado por suspeita de se beneficiar no esquema de lavagem de dinheiro envolvendo a Delta. Segundo o procurador responsável pela Operação Saqueador, Leandro Mitidieri, as investigações agora passam à competência da força-tarefa da Lava-Jato no Rio.
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Ferrovias fraudulentas
Em outra operação deflagrada hoje, a Tabela Periódica, a PF identificou fraudes em licitações que causaram um prejuízo de 630 milhões de reais nas obras da Ferrovia Norte-Sul e da ligação Leste-Oeste somente no estado de Goiás. O valor deve crescer, uma vez que as ferrovias também passam por Tocantins, Bahia e São Paulo. O acordo de leniência da Camargo Corrêa foi usado como base pelos investigadores para detectar a fraude. O esquema ocorreu de 2000, no governo de Fernando Henrique Cardoso, até 2010. A operação é um desdobramento da “O Recebedor”, deflagrada em fevereiro em Goiás, que apontou sobrepreço de 230 milhões de reais em editais.
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Dinheiro distribuído
O senador Romero Jucá afirmou que o “pacote de bondades” anunciado pelo presidente interino Michel Temer, que chega a 125 bilhões de reais em gastos, foi “analisado” e “pactuado” com setores da economia. Ele assegurou que, além do aumento de 12,5% no Bolsa Família, o governo pretende retirar famílias que estejam no programa de forma irregular. Segundo ele, o Brasil não sairá de um déficit de 170 bilhões de reais neste ano para uma meta positiva no ano que vem. Para ele, isso faz parte da transição na gestão dos gastos públicos.
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Governadores pedem arrego
Os governadores de estados do Norte e do Nordeste formalizaram um pedido de ajuda financeira especial ao presidente interino Michel Temer. Em carta, solicitaram cerca de 8 bilhões para recompor perdas de transferências do Fundo de Participação dos Estados desde 2011. Apenas dois estados não assinaram o pedido: Pará e Alagoas. Eles se baseiam na ajuda concedida ao Rio de Janeiro para pleitear o auxílio. Haverá uma reunião na próxima semana com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, para discutir o assunto.
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Rosso recebeu propina, diz delator
Um dos favoritos para suceder o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha, se ele renunciar ao cargo, o deputado Rogério Rosso foi envolvido nesta quinta-feira no caso do mensalão do DEM. Segundo uma testemunha do processo, Rosso recebeu propina das mãos de Durval Barbosa, que firmou uma delação premiada sobre o esquema. O escândalo culminou na prisão e depois na queda do ex-governador do Distrito Federal Roberto Arruda.
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Cunha sai?
O primeiro-secretário da Câmara, deputado Beto Mansur, apostou nesta quinta-feira que o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha, renunciará ao cargo. Segundo ele, a Casa está “acéfala” e uma série de lideranças quer sua renúncia. O parlamentar disse que isso pode ocorrer na próxima semana, quando seu afastamento completa dois meses. No Twitter, Cunha afirmou que não tem “porta-voz” e não renunciará.
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Mais um atraso
Na Câmara, a análise pela Comissão de Constituição e Justiça do recurso de Cunha que pede a anulação do processo de cassação atrasará pelo menos 11 dias. O presidente da CCJ, Osmar Serraglio, marcou para o dia a leitura do parecer do relator, Ronaldo Fonseca. Como deve haver pedido de vista, a votação do recurso só deverá ocorrer a partir do dia 12. A CCJ deveria analisar o caso até esta sexta-feira 1o de julho.
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Temer agradece
O presidente interino Michel Temer agradeceu nesta quinta-feira o apoio de empresários ao seu governo. Ele se encontrou com 200 executivos ligados a associações comerciais. Segundo ele, é preciso fazer uma aliança entre o governo, o Legislativo e a iniciativa privada para o país crescer. O presidente voltou a afirmar que o primeiro direito social é ao emprego.