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Cabral e Adriana Ancelmo serão interrogados por Moro

O ex-governador do Rio e sua mulher terão de comparecer à audiência marcada para o dia 27 de abril

Sérgio Cabral: o grupo é acusado de desviar R$ 220 milhões de contratos de empreiteiras com o Estado (Daniel Munoz/Reuters)

Sérgio Cabral: o grupo é acusado de desviar R$ 220 milhões de contratos de empreiteiras com o Estado (Daniel Munoz/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 3 de abril de 2017 às 21h27.

Rio - O casal Sérgio Cabral e Adriana Ancelmo será interrogado pela primeira vez pelo juiz Sérgio Moro, no processo a que responde por corrupção e lavagem de dinheiro na Justiça Federal de Curitiba. O depoimento está marcado para 27 de abril. O ex-governador do Rio e sua mulher terão de comparecer à audiência.

Foram intimados para depor no mesmo dia Carlos Miranda, acusado de ser o operador do esquema de propinas envolvendo obras públicas no Estado, e Wilson Carlos, ex-secretário de Governo na gestão Cabral.

O grupo é acusado de desviar R$ 220 milhões de contratos de empreiteiras com o Estado.

Depois dos interrogatórios, Moro abre prazo para as alegações finais da defesa dos réus e do Ministério Público Federal. As duas partes vão apresentar os argumentos para absolvição ou condenação de Cabral, Adriana e os outros acusados.

Moro já interrogou ex-executivos da Andrade Gutierrez que firmaram delação premiada e disseram que havia o "compromisso" de repassar a Cabral 1% no contrato de terraplanagem do Comperj.

Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, também depôs e disse a Moro que Cabral pediu R$ 30 milhões para a campanha eleitoral de 2010. Esse pedido teria sido feito em reunião no Palácio Guanabara, sede do executivo fluminense.

O juiz também ouviu funcionários de grifes de luxo que vendiam a Cabral e Adriana, como a Ermenegildo Zegna. Cabral comprou pelo menos 20 ternos da grife italiana, com preços que variam de 18 mil a R$ 150 mil.

Os pagamentos foram feitos em espécie, em depósitos com valores abaixo de R$ 10 mil. Para os procuradores da Lava Jato, o pagamento fracionado era uma tentativa de impedir o rastreamento - os bancos só emitem alerta para transações acima de R$ 10 mil. Cabral e Adriana negam as acusações.

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