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Bruno Covas: desativaremos algumas ciclovias que só incomodam a população

O prefeito de SP afirmou ter encomendado um estudo e que com base nele vai discutir com a população onde implantar novas ciclovias

Ciclovias: há a necessidade de transformação de algumas ciclofaixas em ciclovias", disse (Fábio Arantes/SECOM/Reprodução)

Ciclovias: há a necessidade de transformação de algumas ciclofaixas em ciclovias", disse (Fábio Arantes/SECOM/Reprodução)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 27 de abril de 2018 às 12h25.

Última atualização em 27 de abril de 2018 às 12h30.

São Paulo - O novo prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), disse em entrevista à Rádio Eldorado na manhã desta sexta-feira, 27, que vai desativar ciclovias que não têm uso e admitiu que o serviço de zeladoria na capital paulista "não está a contento". Covas afirmou ter encomendado um estudo ao secretário municipal dos Transportes, João Octaviano, para mapear o uso das ciclovias na cidade.

"Há a necessidade de transformação de algumas ciclofaixas em ciclovias, de implantar outras para fazer interligação no sistema e de desativar algumas que não têm nenhum uso", disse o prefeito. O levantamento foi iniciado pelo ex-secretário da pasta, Sérgio Avelleda, hoje chefe de gabinete da Prefeitura, e será concluído em meados de junho.

"Vamos discutir com a população onde vamos implantar novas ciclovias para dar racionalidade ao sistema, ligando algumas que não têm ligação hoje. Vamos poder desativar algumas que só incomodam a população", afirmou o tucano.

Dez dias atrás, Covas disse que as ciclovias foram lançadas de forma aleatória na cidade como "orégano em pizza". A declaração foi dada em entrevista à Rádio CBN. Em resposta, ciclistas e pedestres divulgaram uma carta aberta ao prefeito, destacando diretrizes nacionais e municipais sobre o papel da rede cicloviária no desenvolvimento urbano.

Em relação à zeladoria urbana, uma das principais bandeiras da gestão do ex-prefeito João Doria (PSDB), Covas admitiu que o serviço "não está a contento". Ao assumir o cargo, Covas teve a primeira agenda pública, no dia 7 de abril, com uma atividade de zeladoria em Cidade Tiradentes, no extremo leste da capital.

"(A zeladoria) está melhor do que estava quando a gente assumiu, mas não está a contento. Ainda temos problemas de mato alto e buraco na rua", destacou. "Ainda não está a contento, mas estamos no caminho certo".

No primeiro ano da gestão Doria, entre janeiro e agosto de 2017, oito de nove serviços de zeladoria - como reparos de calçadas, varrição de rua e limpeza de pichações - feitos pela Prefeitura de São Paulo tiveram queda na comparação com o mesmo período em 2016. O pior desempenho foi na extensão de guias e sarjetas, com queda de 55,8% - foram 63,2 mil metros de ampliação no ano passado, ante 143,1 mil em 2016.

Ônibus

Covas defendeu ainda o edital para concessão das linhas de ônibus publicado pela Prefeitura na terça-feira, 24, que cortará 146 linhas de ônibus da capital. A nova organização do sistema retira a ligação direta dos 13 principais terminais de ônibus da capital paulista com 41 distritos.

"Esse novo edital prevê a racionalização com um novo desenho de várias linhas da cidade, criando linhas que são bairro-bairro e vão poder circular com mais agilidade. Vamos precisar de menos ônibus. Temos várias linhas que se sobrepõem e passam pela mesmas ruas", disse o prefeito.

Segundo o prefeito, as alterações serão feitas somente após a assinatura do edital - prevista para o segundo semestre de 2019 - e todas as mudanças serão comunicadas à população. A previsão da Prefeitura é de ampliar ainda em 9% a quantidade de ruas pelas quais os ônibus passam.

"Vamos tornar o ônibus mais ágil e fazer com que o trabalhador leve menos tempo do trabalho para casa", afirmou ele. Para Covas, a grande novidade vai ser a avaliação do usuário de ônibus, que poderá opinar sobre a qualidade das linhas. E essa opinião poderá até mesmo influenciar no valor do subsídio repassado às empresas. "Se o serviço não for prestado a contento, temos como diminuir o repasse", declarou.

Muro da USP

Em relação aos três casos de vandalismo em menos de uma semana ocorridos no muro da raia olímpica da Universidade de São Paulo (USP), o prefeito lamentou os atos, destacou que não há recursos públicos do município na obra e minimizou problemas com o material dos painéis. O muro foi parcialmente inaugurado há menos de um mês.

"Vamos ter a proibição de qualquer prédio ter vidro porque a gente não pode conviver com vidro? Não é problema em relação ao material. Vamos aumentar a vigilância", disse o prefeito.

De acordo com o prefeito, viaturas da Guarda Civil Metropolitana (GCM) fazem o monitoramento no local. "Tivemos 18 câmeras instaladas que ainda não foram integradas, mas serão em breve, ao sistema de monitoramento (da Prefeitura)", afirmou.

Doria

Questionado sobre a relação com Doria, Covas disse já ter procurado o ex-prefeito para conversar e pedir conselhos sobre questões da gestão municipal. Para ele, Doria "tomou a decisão certa" ao renunciar ao cargo de prefeito. Covas afirmou ainda que "a população vai julgar esta atitude dele nas eleições de outubro".

A primeira viagem de Bruno Covas acontecerá em maio. O prefeito vai para Nova York, nos Estados Unidos. Durante dois dias, ele terá reuniões com investidores internacionais para apresentar o plano de desestatização da Prefeitura, a principal bandeira da gestão Doria-Covas.

"Vamos continuar nessa linha de buscar investimentos internacionais. Não apenas empresas privadas, mas internacionais também podem participar (do plano de desestatização)", finalizou o prefeito.

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