Brics termina com poucas resoluções envolvendo o Brasil
ÀS SETE - Com indícios de uma nova denúncia apresentada por Janot, o presidente volta da viagem sem projetos concretos para fortalecer o país nos BRICs
Da Redação
Publicado em 5 de setembro de 2017 às 06h32.
Última atualização em 5 de setembro de 2017 às 07h54.
Os líderes dos países que compõem o BRICS — Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul —, encerram nesta terça-feira a conferência do bloco na cidade chinesa de Xiamen.
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Ficou para o último dia uma das resoluções mais importantes: a trégua entre as duas potências asiáticas, China e Índia, que estão em conflito diplomático há 80 dias, devido às estratégias de expansão chinesas.
O atrito entre os dois países começou no dia 16 de junho, quando os oficiais indianos se negaram a permitir que o exército chinês construísse uma estrada no território de Dokalam, disputado pelos dois países.
A Índia colocou 350 soldados prostrados na região, para impedir o avanço chinês. A falta de resolução entre os dois países tem, inclusive, ajudado a impulsionar conversas bilaterais entre o primeiro-ministro indiano Narendra Modi e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Mas o presidente chinês, Xi Jinping, não tem se deixado intimidar: durante a conferência dos BRICS, ele anunciou que o país vai investir 76 milhões de dólares num plano de cooperação para o desenvolvimento tecnológico das potências emergentes.
A cidade de Xiamen, que sedia o fórum, também se comprometeu a depositar 4 milhões de dólares no fundo do Novo Banco de Desenvolvimento, com sede em Xangai, operado pelos países do bloco.
O presidente brasileiro Michel Temer, às voltas com a possível nova denúncia da procuradoria-geral da República, afirmou que o Brasil está trabalhando para abrir um escritório do banco no país — no mês passado, foi aberta uma sede em Joanesburgo, na África do Sul.
A nova sede pode ajudar o Brasil a entrar na rota dos investimentos, já que, em agosto, foram aprovados novos quatro projetos (dois na China, um na Rússia e um na Índia), e o Brasil ficou de fora.
Temer tinha decidido retornar da viagem antes mesmo de a conferência terminar, devido às expectativas da apresentação da denúncia do procurador Rodrigo Janot.
Apesar de ter desistido de voltar, não conseguiu deixar a China com projetos concretos para fortalecer o Brasil nos BRICs.