Exame Logo

Brasileiros foram testados à exaustão em antidoping, diz COB

Segundo Freire, um atleta brasileiro sem nenhuma registro de doping na carreira chegou a passar por 12 testes em um mês

Doping: "Jamais protegemos atletas para acobertar o uso de substâncias proibidas" (Fabrice Coffrini/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 5 de agosto de 2016 às 14h29.

Rio de Janeiro - Os atletas brasileiros que disputarão a Rio 2016 foram "testados à exaustão" por controles antidoping nacionais e internacionais, apesar da falta de exames realizados pela Agência Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD) às vésperas dos Jogos, afirmou nesta sexta-feira o Comitê Olímpico do Brasil (COB), rebatendo acusação de que houve tentativa de sufocar o antidoping de representantes do país nas competições.

O diretor-executivo do COB, Marcus Vinicius Freire, também confirmou ter solicitado à ABCD uma redução do número de testes em atletas do país, mas disse que o pedido foi feito porque os brasileiros estavam sendo testados até três vezes mais do que atletas de ponta internacionais devido à necessidade de se treinar os novos agentes antidoping contratados para a Olimpíada.

Segundo Freire, um atleta brasileiro sem nenhuma registro de doping na carreira chegou a passar por 12 testes em um mês, enquanto a média mundial para atletas top 10 no ranking mundial é de no máximo três vezes em igual período.

"Minha conversa com a ABCD era no sentido de fazerem o treinamento dos agentes com outros atletas que não estavam na preparação da Olimpíada, não para proteger qualquer um, mas porque nossos atletas já estavam sendo testados muito além do que se faz normalmente", disse Freire.

Outro motivo apresentado pelo COB à agência antidoping foi a questão das faltas.

Quando um atleta não é encontrado por agentes antidoping no local informado três vezes ele é suspenso, e os brasileiros corriam mais risco de isso acontecer devido ao grande volume de testes realizados pela ABCD com o intuito de treinar os seus agentes, afirmou.

"A ABCD, para mostrar serviço e treinar seu pessoal, decidiu multiplicar os exames e testar à exaustão nossos atletas. Obviamente, a chance desses atletas incidirem em faltas, e serem suspensos por isso, mesmo estando totalmente limpos, aumentou consideravelmente", disse.

"Jamais protegemos atletas para acobertar o uso de substâncias proibidas."

Sobre a falta de exames antidoping realizados pela ABCD entre 1º e 24 de julho devido à suspensão temporária pela Agência Mundial Antidoping (Wada) do laboratório do Rio de Janeiro responsável pelas análises, o dirigente do COB disse que atletas olímpicos do Brasil continuaram a ser testados por suas federações internacionais.

"Os testes da Fina, por exemplo, são feitos em Lausanne, não muda nada para eles a suspensão do laboratório do Rio. Todo mundo foi testado mesmo com a suspensão do nosso laboratório", afirmou, referindo-se à Federação Internacional de Natação (Fina).

Em entrevista ao jornal Lance publicada nesta semana, o ex-assessor da ABCD Luis Horta, um ex-presidente da agência antidopagem de Portugal, afirmou ter sofrido pressão do COB e do Ministério do Esporte para reduzir os testes.

O Ministério do Esporte rejeitou, por meio de nota oficial, as acusações, dizendo serem absurdas e sem sentido.

"O Ministério do Esporte e a ABCD refutam de forma veemente as acusações do senhor Luis Horta, que será acionado judicialmente para provar suas ilações ou se retratar publicamente", afirmou.

Segundo o jornal britânico Times, a Wada enviou uma carta ao governo brasileiro pedindo explicações sobre a interrupção dos exames.

A Rio 2016, que começa nesta sexta-feira, já está marcada por um escândalo de doping envolvendo a Rússia, que teve toda sua equipe de atletismo banida dos Jogos, além de representantes de diversas outras modalidades.

Veja também

Rio de Janeiro - Os atletas brasileiros que disputarão a Rio 2016 foram "testados à exaustão" por controles antidoping nacionais e internacionais, apesar da falta de exames realizados pela Agência Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD) às vésperas dos Jogos, afirmou nesta sexta-feira o Comitê Olímpico do Brasil (COB), rebatendo acusação de que houve tentativa de sufocar o antidoping de representantes do país nas competições.

O diretor-executivo do COB, Marcus Vinicius Freire, também confirmou ter solicitado à ABCD uma redução do número de testes em atletas do país, mas disse que o pedido foi feito porque os brasileiros estavam sendo testados até três vezes mais do que atletas de ponta internacionais devido à necessidade de se treinar os novos agentes antidoping contratados para a Olimpíada.

Segundo Freire, um atleta brasileiro sem nenhuma registro de doping na carreira chegou a passar por 12 testes em um mês, enquanto a média mundial para atletas top 10 no ranking mundial é de no máximo três vezes em igual período.

"Minha conversa com a ABCD era no sentido de fazerem o treinamento dos agentes com outros atletas que não estavam na preparação da Olimpíada, não para proteger qualquer um, mas porque nossos atletas já estavam sendo testados muito além do que se faz normalmente", disse Freire.

Outro motivo apresentado pelo COB à agência antidoping foi a questão das faltas.

Quando um atleta não é encontrado por agentes antidoping no local informado três vezes ele é suspenso, e os brasileiros corriam mais risco de isso acontecer devido ao grande volume de testes realizados pela ABCD com o intuito de treinar os seus agentes, afirmou.

"A ABCD, para mostrar serviço e treinar seu pessoal, decidiu multiplicar os exames e testar à exaustão nossos atletas. Obviamente, a chance desses atletas incidirem em faltas, e serem suspensos por isso, mesmo estando totalmente limpos, aumentou consideravelmente", disse.

"Jamais protegemos atletas para acobertar o uso de substâncias proibidas."

Sobre a falta de exames antidoping realizados pela ABCD entre 1º e 24 de julho devido à suspensão temporária pela Agência Mundial Antidoping (Wada) do laboratório do Rio de Janeiro responsável pelas análises, o dirigente do COB disse que atletas olímpicos do Brasil continuaram a ser testados por suas federações internacionais.

"Os testes da Fina, por exemplo, são feitos em Lausanne, não muda nada para eles a suspensão do laboratório do Rio. Todo mundo foi testado mesmo com a suspensão do nosso laboratório", afirmou, referindo-se à Federação Internacional de Natação (Fina).

Em entrevista ao jornal Lance publicada nesta semana, o ex-assessor da ABCD Luis Horta, um ex-presidente da agência antidopagem de Portugal, afirmou ter sofrido pressão do COB e do Ministério do Esporte para reduzir os testes.

O Ministério do Esporte rejeitou, por meio de nota oficial, as acusações, dizendo serem absurdas e sem sentido.

"O Ministério do Esporte e a ABCD refutam de forma veemente as acusações do senhor Luis Horta, que será acionado judicialmente para provar suas ilações ou se retratar publicamente", afirmou.

Segundo o jornal britânico Times, a Wada enviou uma carta ao governo brasileiro pedindo explicações sobre a interrupção dos exames.

A Rio 2016, que começa nesta sexta-feira, já está marcada por um escândalo de doping envolvendo a Rússia, que teve toda sua equipe de atletismo banida dos Jogos, além de representantes de diversas outras modalidades.

Acompanhe tudo sobre:Atletascidades-brasileirasDopingEsportesEsportistasMetrópoles globaisOlimpíada 2016OlimpíadasRio de Janeiro

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Brasil

Mais na Exame