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Brasileiros acham que governo arrecada muito e gasta mal

Pesquisa encomendada pela CNI mostrou que 87% da população considera que impostos no país estão muito elevados

Atendimento em Hospital Público de São Paulo: saúde pública é reprovada por 81% dos brasileiros (VEJA SP/Reprodução)

Atendimento em Hospital Público de São Paulo: saúde pública é reprovada por 81% dos brasileiros (VEJA SP/Reprodução)

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Da Redação

Publicado em 16 de março de 2011 às 14h51.

Rio de Janeiro - Um total de 81% dos brasileiros considera que o governo oferece serviços de baixa qualidade por usar de forma inadequada a alta arrecadação de impostos, segundo uma enquete divulgada nesta quarta-feira pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

A pesquisa, realizada em parceria com o Ibope em dezembro do ano passado, mostrou que a maioria dos brasileiros considera que está pagando mais impostos e recebendo menos serviços.

Uma parcela de 87% dos 2.002 contribuintes entrevistados em 140 municípios considera que os tributos que se pagam no Brasil são "muito elevados" enquanto apenas 7% qualifica o valor como "adequado".

Da mesma forma, 79% opina que os impostos aumentaram nos últimos anos, contra 3% que considera que "se reduziram um pouco".

Segundo um estudo divulgado no mês passado pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), a carga tributária do país subiu o equivalente a 34,41% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2009 até o recorde de 35,04% do PIB no ano passado.

Isso significa que o Estado fica com um pouco mais de um terço de tudo o que é produzido no Brasil.

Dos entrevistados, 82% das pessoas que participaram da enquete acredita que o governo arrecada recursos suficientes para melhorar os serviços que oferece.

Os contribuintes só aprovaram com mais de 50% quatro dos 12 serviços públicos sobre os que foram consultados.

Do total 75% aprovou o serviço de energia elétrica, 66% considerou positivo o fornecimento de água, 61% se disse satisfeito com a iluminação pública e 52% com a educação superior.

A limpeza pública foi aprovada por 50% e reprovada pela outra metade.

Em paralelo, 81% qualificou como baixa ou muito baixa qualidade a saúde pública e 72% reprovou a segurança pública.

O economista-chefe da CNI, Flávio Castelo Branco, associa a má qualidade do serviço de saúde à má gestão dos recursos públicos e não à falta de dinheiro.

Os brasileiros descartam que sejam necessárias "novas fontes de receita fiscal para melhorar o setor devido a que consideram que a carga tributária já é muito elevada", resumiu Castelo Branco.

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