Brasil

Brasil teve 1,3 milhão de óbitos de agosto de 2021 a julho de 2022

Pesquisa do Censo 2022 aponta sobremortalidade masculina até os 79 anos e maior impacto da covid-19

Dados são do Censo 2022, divulgados nesta sexta-feira pelo IBGE. (Wikimedia Commons)

Dados são do Censo 2022, divulgados nesta sexta-feira pelo IBGE. (Wikimedia Commons)

Agência Brasil
Agência Brasil

Agência de notícias

Publicado em 25 de outubro de 2024 às 11h06.

Tudo sobreCenso 2022
Saiba mais

No período entre agosto de 2021 e julho de 2022, os entrevistados do Censo Demográfico 2022 informaram a ocorrência de 1.326.138 óbitos no Brasil. Deste total, 722.225 (54,5%) eram do sexo masculino e 603.913 (45,5%) do sexo feminino, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os dados são parte da pesquisa Censo Demográfico 2022: Composição Domiciliar e Óbitos Informados, divulgada nesta sexta-feira (25) pelo IBGE. As principais fontes utilizadas, além das respostas dos entrevistados, foram o Registro Civil do próprio IBGE e o Sistema de Informação Sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde.

O número de mortes captado pelo Censo foi menor que o indicado pelo SIM, uma ocorrência comum em pesquisas domiciliares, segundo o IBGE. A diferença pode ser atribuída a erros de memória dos entrevistados ou à dificuldade de captar óbitos em domicílios unipessoais, onde não há alguém para relatar a morte.

"Principalmente em domicílios unipessoais, perdemos a informação do óbito, já que não haverá ninguém para ser entrevistado", explicou Izabel Marri, do IBGE, destacando que os óbitos informados no Censo são considerados subdeclarados.

Óbitos por sexo e idade

Até a faixa etária de 75-79 anos, as mortes de homens superam as de mulheres, com maior número de óbitos masculinos ocorrendo entre 15 e 34 anos, devido a causas externas, como homicídios, suicídios e acidentes de trânsito. A sobremortalidade masculina é mais evidente entre 20 e 24 anos, com 371 mortes masculinas para cada 100 femininas, ou 3,7 vezes maior.

Na faixa acima dos 80 anos, há uma inversão na tendência, com mais mulheres sobrevivendo e registrando maior número de óbitos, devido à longevidade feminina.

A pesquisa revelou diferenças significativas entre estados. No Tocantins, por exemplo, houve 150 óbitos masculinos para cada 100 femininos, a maior sobremortalidade do país. Já os menores índices foram registrados no Rio de Janeiro (1,05), Pernambuco (1,12) e Rio Grande do Sul (1,14).

No grupo de 20 a 39 anos, a maior sobremortalidade masculina foi observada em Sergipe (3,49), enquanto as menores ocorreram em Roraima (1,85) e São Paulo (2,16).

Impacto da pandemia e análise demográfica

Devido ao impacto da covid-19, foi necessário estender o período de referência para a coleta de dados sobre óbitos, abrangendo os anos de 2019 a 2022. Os pesquisadores destacaram que a pandemia alterou o padrão de mortalidade no Brasil, afetando diferentes estados e municípios de formas variadas.

As informações do Censo são fundamentais para avaliar indicadores de saúde, como mortalidade infantil e expectativa de vida, ajudando a orientar políticas públicas de saúde. O Censo também oferece uma fonte alternativa para análise dos óbitos, permitindo um melhor entendimento das condições de habitação, nível de educação e outros fatores relacionados ao domicílio em que ocorreram os óbitos.

Acompanhe tudo sobre:IBGECenso 2022

Mais de Brasil

Posso tirar o nome do meu pai/mãe da certidão de nascimento?

Lewandowski limita atuação da PRF em operações fora de rodovias

Em balanço, Tarcísio diz que SP vai atrair R$ 1 trilhão e que desvios de PMs serão punidos

Não vamos dar isenção de IPVA para carro que vai ser produzido na Bahia ou no exterior, diz Tarcísio