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Brasil tem mais mortes pela covid neste ano do que em 2020

De janeiro até ontem, foram 195.949 mortes pela doença, ante 194.976 em 2020.

Trabalhadores da área de saúde transportam paciente com COVID-19 de avião da Força Aérea Brasileira após chegada de Porto Velho, estado de Rondônia, em meio ao surto da doença coronavírus (COVID-19), no aeroporto internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, Brasil, em 27 de janeiro de 2021. 
 (Diego Vara/Reuters)

Trabalhadores da área de saúde transportam paciente com COVID-19 de avião da Força Aérea Brasileira após chegada de Porto Velho, estado de Rondônia, em meio ao surto da doença coronavírus (COVID-19), no aeroporto internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, Brasil, em 27 de janeiro de 2021. (Diego Vara/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 25 de abril de 2021 às 21h01.

Última atualização em 25 de abril de 2021 às 21h01.

Com a explosão de infecções e o colapso do sistema de saúde nas últimas semanas, o novo coronavírus já fez mais vítimas no Brasil em 2021 do que em todo o ano passado. De janeiro até ontem, foram 195.949 mortes pela doença, ante 194.976 em 2020. No total, são 390.925 óbitos - o segundo maior país com mais perdas.

Neste domingo, 25, foram registradas 1.316 mortes nas últimas 24h, segundo o consórcio de imprensa formado por Estadão, G1, O Globo, Extra, Folha e UOL, que reúne dados das 27 secretarias estaduais de Saúde. O País registrou na última semana ligeira redução na média de mortos pela covid, mas ainda e patamar elevado, perto de 2,5 mil registros. Especialistas temem que o recente relaxamento das restrições estenda o período agudo da crise sanitária e imponha nova pressão sobre os hospitais. Redes de saúde em várias regiões têm sofrido com mortes de pacientes na fila por leitos, falta de remédios do kit intubação e irregularidade no abastecimento de oxigênio.

São Paulo, Rio e Belo Horizonte são algumas das regiões que afrouxaram medidas nos últimos dias. Já o presidente Jair Bolsonaro, que adotado postura negacionista e ataca o lockdown, chegou a dizer na última sexta que as Forças Armadas poderiam ir às ruas para acabar com “essa covardia de toque de recolher”. Bolsonaro chegou a acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) contra regras do tipo, mas a ação não foi acolhida.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, falou anteontem em queda de casos, fez defesa do uso de máscaras, mas evitou sair em defesa do lockdown. “Temos assistido nos últimos dias a uma tendência de redução de diagnósticos de pacientes com covid, como consequência, a diminuição na pressão do sistema de saúde, o que consequentemente nos dá diminuição de pressão de insumos, como kit intubação e oxigênio.”

Na negociação do Orçamento, o Ministério da Economia limitou verbas para vacinas, kit intubação e custeio de leitos pedidas pela Saúde, como mostrou o Estadão. A pasta de Paulo Guedes questionou sobre “arrefecimento da crise” - especialistas, porém ainda não veem queda consistente de casos.

O ritmo de vacinação, por outro lado, continua lento. Anteontem, o Ministério da Saúde apresentou um cronograma com 31% menos doses de imunizantes para maio. A redução, entre outros motivos, se deu pela retirada do plano oficial das vacinas russa Sputnik V e da indiana Covaxin, que ainda não têm registro no Brasil. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) se reúne nesta segunda-feira, 26, para decidir se autoriza a importação da Sputnik.

Na semana passada, o órgão regulador alegou falta de dados sobre a segurança e a eficácia do produto para liberar a aquisição. A manifestação foi feita na Justiça, após o ministro Ricardo Lewandowski, do STF, dar prazo para que a autarquia decida sobre pedido de compra pelo governo do Maranhão. Outros gestores locais - como os da Bahia, do Piauí e um consórcio de Estados do Centro-Oeste - têm interesse em trazer o produto.

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