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Brasil segue com 91 interdições em estradas federais

Apesar de acordo com governo, movimento de caminhoneiros por menores custos com diesel e impostos segue prejudicando o abastecimento de mercadorias


	Caminhões bloqueiam BR-381 em Betim, Minas Gerais: números da manhã da polícia mostram uma piora em relação ao boletim da noite anterior, que apontavam 81 interdições
 (Washington Alves/Reuters)

Caminhões bloqueiam BR-381 em Betim, Minas Gerais: números da manhã da polícia mostram uma piora em relação ao boletim da noite anterior, que apontavam 81 interdições (Washington Alves/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 26 de fevereiro de 2015 às 13h24.

Brasília/São Paulo - As estradas federais do Brasil registravam no final da manhã desta quinta-feira 91 bloqueios devido aos protestos de motoristas de caminhões, isso após o governo anunciar na véspera propostas para tentar encerrar o movimento grevista, que entra em seu nono dia.

Os números da manhã da polícia mostram uma piora em relação ao boletim da noite anterior, que apontavam 81 interdições, indicando uma divisão no movimento.

Alguns representantes dos manifestantes disseram ter aceitado as propostas do governo, enquanto outros consideraram as ofertas insuficientes.

Segundo a polícia, o Estado mais afetado pelos protestos era o Rio Grande do Sul, com 38 bloqueios, às 11h, seguido pelo Paraná (19 bloqueios), Santa Catarina (14). Em Mato Grosso, as informações oficiais indicavam nove interdições.

Ao todo, segundo os dados mais atualizados da polícia, nove Estados tinham bloqueios, contra interdições em seis Estados no relatório da noite de quarta-feira.

O movimento dos caminhoneiros, por menores custos com diesel e impostos, prejudica o abastecimento de diversas mercadorias, como alimentos e combustíveis, com reflexos nas exportações e na economia do país.

O governo anunciou uma série de propostas na quarta-feira numa tentativa de pôr fim aos protestos de caminhoneiros que bloqueiam estradas o país, como a estabilidade dos preços do diesel por seis meses, sanção sem vetos da lei que reduz custos do setor e carência de 12 meses para o pagamento de financiamentos de caminhões.

Mas o líder do chamado Comando Nacional dos Transportes disse que as promessas não foram aceitas, posição diferente da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), que considera que houve avanços históricos em pontos das reivindicações.

A orientação governamental é que os caminhoneiros acabem com os bloqueios para avançar nas negociações com o governo antes da próxima rodada de conversas, que ocorrerá em 10 de março, para discutir os pontos que não foram atendidos.

Ivar Luiz Schmidt, líder do movimento Comando Nacional do Transporte, disse à Reuters que não aceitava os termos do acordo.

Schmidt disse que seu movimento "não aceitou nenhum dos termos que o governo propôs". "Nós continuamos o movimento", disse ele, afirmando ter o comando de pelo menos cem pontos de bloqueio em rodovias federais e estaduais.

Ele disse que aguarda um novo contato com o governo para tentar retomar as conversas. Schmidt não participou na quarta-feira da reunião entre governo, empresários e representantes dos caminhoneiros. O governo, por seu lado, disse que as propostas serão efetivadas somente com o fim dos bloqueios. "Só vai ser cumprido o que nós combinamos na hora que forem liberadas as estradas", disse o ministro dos Transportes, Antônio Carlos Rodrigues, segundo a Agência Brasil.

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