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Estadão Conteúdo
Publicado em 28 de junho de 2021 às 20h52.
O Ministério da Saúde confirmou nesta segunda-feira, 28, a segunda morte por covid-19 causada pela variante Delta. Trata-se de um homem de 54 anos, tripulante de um navio atracado no Maranhão. A morte foi notificada na quinta-feira, 24. A variante Delta, inicialmente identificada na Índia, pode se tornar a versão mais dominante do coronavírus em todo o mundo, segundo especialistas, e ameaça reverter planos de reabertura.
No Brasil, o Ministério da Saúde informou que, até esta segunda-feira, foram registrados 11 casos da variante Delta. Seis deles são de um navio que está na costa do Maranhão; há um caso em Campos dos Goytacazes (RJ), um em Juiz de Fora (MG), dois em Apucarana (PR) e um em Goiânia.
Além da morte do tripulante do navio, a pasta já havia notificado o óbito de uma gestante de 42 anos, no dia 18 de abril, no Paraná. A morte da grávida foi confirmada após o resultado do sequenciamento genético. Na investigação, constatou-se que ela esteve no Japão.
A gestante apresentou sintomas dois dias após chegar ao Brasil. Oito dias depois, foi internada. O quadro piorou e, no terceiro dia de hospitalização, ela morreu após cesária de emergência. O recém-nascido prematuro testou negativo para covid-19 e está saudável após dois meses internado. O Ministério da Saúde não informou detalhes sobre a assistência ao homem de 54 anos que morreu após ter se infectado com a variante Delta.
"A pasta reitera que todos os casos confirmados estão isolados e os contatos são monitorados pelas equipes de Vigilância Epidemiológica e Centro de Informações Estratégicas em Vigilância e Saúde (CIEVS) locais, conforme orientação do Guia Epidemiológico da COVID-19", informou o Ministério da Saúde.
Para especialistas, a vigilância genômica no Brasil é ruim e, portanto, é possível que a variante Delta já esteja circulando. Tanto no primeiro registro positivo no Paraná quanto no caso de Goiás, os pacientes não eram considerados suspeitos de infecção pela variante e foram localizados de maneira aleatória por estudos locais de monitoramento genômico.
A preocupação com a rápida disseminação da variante Delta vem forçando um número crescente de países a impor novamente medidas restritivas mais rigorosas na tentativa de impedir que uma nova onda da covid-19 atrapalhe os esforços globais para conter a pandemia e a retomada da normalidade. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a cepa circula por 92 países.
No fim da semana passada, novas restrições a viagens e atividades cotidianas foram anunciadas em países como Austrália, África do Sul e Alemanha. Pelo avanço da nova cepa, a Austrália colocou em lockdown algumas das principais regiões do país. Nesta segunda-feira, 28, Sydney e Darwin, duas das principais cidades australianas, amanheceram fechadas.
Na Alemanha, o Instituto Robert Koch, agência federal responsável pelos indicadores de covid-19, incluiu Portugal e Rússia entre os países da "zona com variante do vírus", grupo sujeito a normas mais rígidas de controle, do qual também faz parte o Reino Unido.
A Rússia também impôs novas restrições em razão do avanço da cepa indiana, que já é responsável por 90% dos novos casos de covid-19 em Moscou, de acordo com o prefeito da cidade, Sergei Sobyanin. A capital russa registrou um recorde de 114 mortes no domingo, com o total de casos confirmados de 8.500 apenas neste mês.
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