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Brasil recebe Jogos dividido e com crise sem igual, diz COI

O presidente do Comitê Olímpico Internacional disse que a atual situação transformou a preparação da Olimpíada 2016 em tarefa "desafiadora"

Olimpíada: a crise coloca em "perspectiva" o que os organizadores conseguiram realizar, diz COI (Reuters/Nacho Doce)
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Da Redação

Publicado em 1 de agosto de 2016 às 22h54.

Rio - O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), o alemão Thomas Bach, disse nesta segunda-feira em discurso de abertura do congresso do COI, que oficialmente abre os Jogos Olímpicos , que o Brasil passa por uma crise "política e econômica sem precedentes".

Segundo ele, essa situação "extraordinária" transformou a preparação do evento em tarefa "desafiadora".

O discurso foi feito diante do prefeito do Rio de Janeiro , Eduardo Paes, e do representante do presidente em exercício, Michel Temer, o ministro do Esporte, Leonardo Picciani. A festa reuniu a cúpula do esporte mundial e contou com show das cantoras Céu e Daniela Mercury.

Bach disse que o evento veio para transformar a cidade em um momento "que o País está politicamente, economicamente e socialmente dividido. A transformação do Rio é histórica", afirmou.

"Se lembrarmos o que todos tivemos que superar, seremos capazes de apreciar os esforços sem paralelos de nossos amigos brasileiros", disse.

Para Bach, a crise coloca em "perspectiva" o que os organizadores conseguiram realizar. "Essa tem sido uma viagem longa e que testou a todos: os acionistas do movimento olímpico, nossos amigos brasileiros e o COI. Não é um exagero dizer que os brasileiros têm vivido tempos extraordinários."

Para ele, "a primeira Olimpíada na América do Sul" está pronta. "Os cariocas estão prontos, os brasileiros estão prontos, as instalações estão prontas e os atletas também", disse.

Bach diz que, para ele, o Rio não seria o mesmo hoje sem os Jogos como um "catalisador". "A história vai falar do Rio antes e depois dos Jogos", insistiu. Na visão do alemão, as "circunstâncias extraordinárias" em que vive o Brasil fez o trabalho em equipe ainda mais importante e elogiou como as crises, como a que aconteceu na Vila Olímpica, foram resolvidas com "a cooperação de todos".

Em seu discurso, Bach elogiou o presidente do Comitê Organizador Rio-2016, Carlos Arthur Nuzman, e Eduardo Paes, além de afirmar que os sete anos de preparação tiveram um impacto social e econômico para a cidade carioca. "Desde que o Rio foi escolhido para sede, o PIB per capta aumentou em 30% e foi a população mais pobre que mais ganhou", disse.

SOLIDARIEDADE

Bach também usou o discurso diante da cúpula do mundo esportivo para falar dos pedidos que, nos últimos meses, tem feito a diversos grupos para que entendam a crise no Brasil e não façam muitas exigências.

Antes de a festa começar e em uma reunião de trabalho entre os dirigentes, algumas delegações se queixavam abertamente a Christophe Dubi, diretor-executivo do COI, das condições de alguns locais de competição.

"Vocês demonstraram grande solidariedade", disse Bach aos presidentes de federações. "Obrigado pela contribuição, compreensão e flexibilidade sob circunstâncias extraordinárias", afirmou. "A família olímpica sempre é melhor quando está unida", disse.

Por meses, Bach foi atacado por diferentes grupos esportivos, dirigentes e federações diante da recusa do Rio em realizar as obras que estavam originalmente planejadas.

No último domingo, uma das federações que mais se queixava era a de judô. "Não está pronto. Os assentos não estão no lugar e faltam muitos detalhes", disse uma das representantes da Federação Internacional de Judô.

Outro dirigente brincou: "Acho que vamos acampar". "A crise no Brasil afetou [a Olimpíada]", confirmou Marius Vizer, presidente da Federação Internacional de Judô. Segundo ele, cada um dos eventos foi obrigado a passar por "ajustes", com cortes de gastos.

Ao sair do encontro, horas depois e diante de outros jornalistas, ele informou que as rampas que serão reconstruídas na Marina da Glória, destruídas por conta de uma ressaca, serão menores do que a que existia, por conta das limitações financeiras.

Ary Graça, presidente da Federação Internacional de Vôlei, também disse que a crise econômica afetou os planos. Segundo ele, por falta de dinheiro, caberá às federações de cada esporte pagar pela parte de entretenimento entre as provas.

Ele disse ainda que, há cerca de oito meses, a arena do vôlei de praia em Copacabana teve de ser redesenhada, porque, nos planos originais, ela foi colocada de forma perpendicular à linha da praia, rompendo com a tradição que por mais de 20 anos marcou o local.

Francesco Ricci Bitti, presidente das Associações de Federações Internacionais, também falou que há trabalho ainda por ser feito: "Algumas das instalações não estão prontas."

Andy Hunt, CEO da Federação Internacional de Vela, também apontou que "todos" abriram mão de requisitos que haviam enviado aos organizadores dos eventos no Rio. Segundo ele, as instalações para suas competições também não estão concluídas.

Um dos alertas feitos pelo COI durante meses foi de que, diante dos problemas financeiros, algumas das obras poderiam ter dificuldades.

São Paulo – Daqui pouco menos de um ano, o Rio de Janeiro vai sediar os jogos olímpicos de 2016, e muitas empresas querem aproveitar a oportunidade para melhorar seu faturamento. E você? Está preparado para faturar nas Olimpíadas ? Navegue pelas fotos acima e veja como 16 empresas pretendem ganhar dinheiro com o evento.

  • 2. Arranjos Express

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  • Veja também

    A Arranjos Express é uma rede de franquias europeia especializada na customização de roupas. A marca tem duas lojas no Rio e mais duas para abertura nos próximos dois meses. Como está investindo para as Olimpíadas: A intenção da rede é atender o público do turismo, que aproveitará a baixa do dólar para comprar roupas, ajustar o que for necessário e customizar. Para isso, a marca vai investir na divulgação da loja em shoppings e nas redes sociais. Para o franqueado: O investimento inicial para a franquia é de 103 mil a 170 mil reais (sem o aluguel do espaço). O prazo de retorno do investimento é de 12 meses.
  • 3. Boneleska

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  • A Boneleska é uma empresa voltada a produção de bonés, chapéus e gorros. Como está investindo para as Olimpíadas: A empresa tem o licenciamento para produzir os bonés dos jogos. Com isso, aumentou o número de funcionários em 20%, e investiu em estoque, estrutura física, equipamentos, maquinários e treinamento da equipe.
  • 4. Creps

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    A Creps é uma rede de franquias que vendes crepes doces e salgados, com recheio escolhido pelo cliente. Como está investindo para as Olimpíadas: A rede pretende fazer uma promoção nacional em todos os pontos de vendas reacionados às Olimpíadas. Com isso, a expectativa é aumentar o faturamento nesses pontos, em especial no Rio de Janeiro. Para o franqueado: O investimento inicial para abrir uma franquia da marca é de 120 mil a 450 mil reais. O prazo de retorno é de 12 a 24 meses.
  • 5. Espetinhos Mimi

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    A rede atua no segmento de alimentação, com venda de espetos de churrasco. Como está investindo para as Olimpíadas: A rede criou um modelo de franquia mais barato (o modelo Express), para garantir sua expansão na região Sudeste do país para os jogos olímpicos. Além disso, Para o franqueado: O investimento inicial para uma unidade é de 185 mil reais (no modelo Express). O prazo de retorno é de 24 a 26 meses.
  • 6. Fabíola Molina

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    A empresa é focada em moda praia, com biquinis, maiôs, sungas etc. Como está investindo para as Olimpíadas: A empresa ganhou a concorrência para a moda praia de produtos licenciados dos Jogos Rio 2016. Com isso, houve uma reestruturação de sua linha de produção, além investimentos em parcerias para produção de peças com tecido com tecnologia UV50+ e ainda o primeiro tecido biodegradável do mundo. A expectativa é de um crescimento de 40% nas vendas.
  • 7. Liga Retrô

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    A Liga Retrô é uma rede de franquias que vende réplicas de camisas antigas e acessórios de futebol e outros esportes, como vôlei, basquete, rugby e automobilismo. Como está investindo para as Olimpíadas: A rede está investindo 250 mil reais em uma linha de camisas de rugby, esporte que volta a ser olímpico em 2016 depois de 80 anos fora da competição. A marca também vai lançar itens para outras modalidades esportivas. A expectativa é de movimento igual ou superior ao da Copa do Mundo, quando a marca viveu um “Natal fora de época”. Para o franqueado: O investimento inicial para abrir uma franquia da marca é de 93 mil a 200 mil reais. O prazo de retorno é de 12 a 24 meses.
  • 8. Maria Brasileira

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    Rede de franquia especializada em serviços de limpeza, conservação e cuidados domésticos. Como está investindo para as Olimpíadas: A rede afirma que, com a proximidade dos jogos, está direcionando sua expansão para o Rio de Janeiro. Hoje, o estado representa 21% das unidades franqueadas (são 23 unidades no estado). Uma estratégia adotada pela unidade é a de fechar parcerias com empresas de locação de imóveis, para fazer a arrumação e limpeza de casas e apartamentos que serão locados para a temporada gerada pelo evento. Além disso, a emrpesa espera um aumento na demanda para outros serviços como motoristas e babás. Para o franqueado: O investimento inicial para abrir uma unidade é de 58 mil reais, e o prazo de retorno é de 12 a 14 meses.
  • 9. Minds English School

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    A Minds English School é uma rede de franquias especializada em idiomas. Como está investindo para as Olimpíadas: A rede aposta em cursos rápidos, para que os alunos aprendam inglês básico até o início dos jogos. Com isso a expectativa é de crescimento em 2015. Para o franqueado: O investimento inicial para uma unidade da rede é de 200 mil a 250 mil reais. O prazo de retorno do investimento é de 24 meses.
  • 10. Pay 2 Go

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    É um aplicativo para pagamentos via celular. A ideia é facilitar a vida tanto de consumidores, que podem efetuar transações via celular, quanto de profissionais autônomos e estabelecimentos na hora de receber. Como está investindo para as Olimpíadas: A empresa está traduzindo o aplicativo para diversos idiomas, além de aumentar o número de representantes na região do Rio de Janeiro. Outra aposta é oferecer descontos para os usuários que forem a salões de beleza da região durante o período dos jogos. A expectativa é conseguir divulgar o aplicativo durante os jogos, com a intenção de expandir a operação posteriormente.
  • 11. Poltrona 1

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    A Poltrona1 é uma franquia de agências de viagens. Como está investindo para as Olimpíadas: A rede afirma que está preparando seus franqueados para receber um volume maior de turistas no período. Diz também que está preparando pacotes de viagens próprios, para não depender de terceiros no atendimento. A expectativa é conseguir mais clientes com os jogos. Para o franqueado: O investimento inicial para uma unidade da Poltrona1 é de 9,8 mil reais. O prazo de retorno do investimento é de 12 meses.
  • 12. Posterscope

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    A Posterscope Brasil é uma agência especializada em mídia out of home, com anúncios em pontos externos, como outdoors e pontos de ônibus. Como está investindo para as Olimpíadas: A agência foi designada com exclusividade pelo Comitê Organizador Local dos Jogos Olímpicos Rio 2016 para a operação deste tipo de mídia antes e durante o evento.
  • 13. Pousadinha

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    A Pousadinha é uma plataforma de reservas online, especializada em pousadas. Como está investindo para as Olimpíadas: A expectativa da startup é aproveitar a demanda de turistas que queiram estender a viagem para os arredores do Rio de Janeiro. A empresa tem parceiros principalmente em Minas Gerais e no sul da Bahia. Para isso, a empresa vai investir em marketing digital voltado aos estrangeiros.
  • 14. Sementi

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    O Sementi é um restaurante de alimentação saudável, localizado no centro do Rio. Como está investindo para as Olimpíadas: O restaurante aposta na maior procura por alimentos saudáveis no período dos jogos. Com isso, está adaptando cardápios para o inglês e treinando sua equipe para atender os visitantes.
  • 15. Sestini

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    A Sestini comercializa produtos escolares como mochilas, lancheiras, estojos e mochilas com carrinhos. Como está investindo para as Olimpíadas: A empresa está apostando alto em produtos licenciados para os jogos olímpicos, especialmente com os mascotes do evento. A expectativa é de um aumento de 10% nas vendas.
  • 16. Social Boats

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    A Social Boats é uma plataforma online de aluguel de barcos. Como está investindo para as Olimpíadas: A empresa pretende triplicar seus investimentos em mídias digitais a partir de 15 dias antes das Olimpíadas. O Rio de Janeiro concentra a maior parte de sua demanda e com isso a empresa espera um crescimento dos aluguéis de barcos em até cinco vezes.
  • 17. Uau Hair Express

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    A rede de franquias oferece serviços de beleza, no segmento de cabeleireiro, manicure e depilação. Como está investindo para as Olimpíadas: A rede investe para que suas colaboradoreas possam oferecer atendimento bilíngue aos turistas que vierem para os jogos. Está ainda desenvolvendo um penteado exclusivo para ser utilizado durante os jogos olímpicos. A expectativa é aumentar o número de unidades por conta dos jogos e conquistar clientes estrangeiros. Para o franqueado: O investimento inicial para abrir uma unidade é de a partir de 146 mil reais. O prazo de retorno é de 18 a 24 meses.
  • 18. Agora veja como algumas empresas estão crescendo até na crise

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