Brasil

Brasil quer parceria com Portugal para inovação tecnológica

Os projetos para inovação entre pequenas e médias empresas serão desenvolvidos para o funcionamento de parques tecnológicos


	Turistas em Lisboa, Portugal: o país já é o principal destino dos alunos de graduação do Programa Ciência sem Fronteiras
 (Bruce Bennett/Getty Images)

Turistas em Lisboa, Portugal: o país já é o principal destino dos alunos de graduação do Programa Ciência sem Fronteiras (Bruce Bennett/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de abril de 2013 às 10h13.

Lisboa – O Brasil e Portugal vão desenvolver projetos de cooperação para inovação entre pequenas e médias empresas, para o funcionamento de parques tecnológicos e para áreas de engenharia industrial. Nesta semana, uma missão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) esteve em Lisboa para a discutir um programa de trabalho bilateral.

Segundo Paulo Sá e Cunha, presidente da Agência de Inovação – entidade pública portuguesa semelhante à Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) - a ideia é que as propostas estejam elaboradas para a próxima cúpula dos dois países. “As propostas serão trabalhadas até junho deste ano, de forma que quando a presidente Dilma Rousseff vier a Portugal, elas possam ser levadas à reunião”, disse Cunha à Agência Brasil.

A data da cúpula, prevista inicialmente para setembro do ano passado, ainda não foi anunciada pelo Ministério das Relações Exteriores. O chanceler brasileiro Antonio Patriota está em Lisboa.

De acordo com o coordenador de Serviços Tecnológicos do MCTI, Jorge Campagnolo, o Brasil tem interesse em projeto de racionalização e controle inteligente de recursos (smart grid e smart cities) e Portugal, além da experiência acumulada, “tem grupos [empresariais] associados à Comunidade Europeia com tecnologias importantes”.

Também há interesse em projetos como de carro elétrico, coleta de lixo, produção de energia alternativa e distribuição, assim como nas iniciativas de fomento de microempresas entre estudantes no último ano de graduação. Portugal já é o principal destino dos alunos de graduação do Programa Ciência sem Fronteiras.

Conforme Campagnolo, do lado de Portugal interessam projetos brasileiros ligados à produção agrícola, a biocombustíveis e à exploração de petróleo. “Há setores em que vocês estão muito mais avançados do que nós”, reconheceu Paulo Sá e Cunha, citando a exploração de energia fóssil. Portugal inaugurou na semana passada uma refinaria que permitirá a autossuficiência na produção de combustível (gasolina).

Além de exploração de petróleo para uso combustível, Portugal tem interesse em que o Brasil abra mais o mercado para micro e pequenas empresas de tecnologia, sem exigir que suas microempresas cumpram todas as obrigações de registros pedidos a investidores estrangeiros. “Para uma empresa que fabrica automóveis, estão certas essas exigências, mas para uma pequena empresa na área do conhecimento é um entrave. Muitas vezes, a vida da empresa é a vida do software [que criou]. Propus que, no interesse do Brasil e sob a condição de haver transferência de conhecimento, houvesse facilidades”.

Jorge Campagnolo avaliou que, nos últimos anos, “Portugal tem investido muito no desenvolvimento da ciência e tecnologia” e o momento atual, de forte contenção orçamentária, não afetará a parceria. “São projetos de cooperação futura nos quais os recursos não serão afetados”.

Sá e Cunha é mais pessimista e reconhece que os cortes, “com certeza, afetam”. Segundo determinação do Ministério das Finanças, expedida nesta semana, nenhum órgão de governo pode fazer nova despesa sem prévia autorização. Na próxima sexta-feira (12), Portugal irá tratar, na reunião do Eurogrupo, na Irlanda, da dilatação de prazos para pagar dívida a credores externos.

Acompanhe tudo sobre:EuropaInovaçãoPiigsPortugal

Mais de Brasil

Geração está aprendendo menos por causa do celular, diz autora do PL que proíbe aparelhos em escolas

Após cinco anos, Brasil recupera certificado de eliminação do sarampo

Bastidor: queda na popularidade pressiona Lula por reforma ministerial e “cavalo de pau do governo”

Governo Lula é bom ou ótimo para 35,5% e ruim ou péssimo para 30,8%, diz pesquisa CNT/MDA