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Apresentado por Banco do Brasil

Brasil precisa de R$ 230 bi para mobilidade

Nos próximos três anos, 50 bilhões de reais devem ser aplicados em mobilidade urbana

Vista panorâmica da orla da praia de Copacabana, no Rio de Janeiro: cidade investe em linhas de metrô e BRT (Getty Images)

Vista panorâmica da orla da praia de Copacabana, no Rio de Janeiro: cidade investe em linhas de metrô e BRT (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 17 de novembro de 2015 às 19h31.

Nos últimos anos, a frota brasileira de automóveis aumentou em um ritmo bem superior ao da expansão demográfica. Enquanto a população cresceu menos de 20% desde 2000, o número de carros mais que dobrou no mesmo período. 

Existem, hoje, quase 50 milhões de automóveis rodando no país, mais 33 milhões de ônibus, caminhões e veículos de outro tipo. Não por acaso, a mobilidade urbana é um tema recorrente nas discussões sobre qualidade de vida nas grandes cidades, um fator determinante para o aumento da produtividade e o desenvolvimento econômico do país. 

Um estudo conduzido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) mostra que é necessário investir quase 230 bilhões de reais – ou quase 5% do PIB do país – para eliminar o déficit de infraestrutura relacionada à mobilidade urbana nas 15 maiores regiões metropolitanas brasileiras. 

Naturalmente, as áreas com as maiores demandas são as mais densamente povoadas. Quase 35% do valor apurado pelo BNDES corresponde a investimentos necessários em São Paulo; 18% no Rio de Janeiro; e 11% em Belo Horizonte.

Alguns fatores impulsionam obras dessa natureza. Um exemplo são os eventos esportivos mundiais realizados no Brasil nesta década, como a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada do Rio de Janeiro, no ano que vem. Cálculos do BNDES indicam que cerca de 50 bilhões de reais devem ser aplicados em mobilidade urbana entre 2015 e 2018. 

Em São Paulo, há 31 quilômetros de linhas de metrô e 57 quilômetros de monotrilhos em projeto ou em andamento – o que dobrará a extensão atual da rede. 

No Rio, existem investimentos previstos para linhas de metrô e BRTs, como são chamados os sistemas rápidos de ônibus com faixas prioritárias. Essa solução, adotada de forma pioneira em Curitiba nos anos 1970, é considerada uma das formas mais rápidas e baratas de equacionar o problema da mobilidade em grandes metrópoles. 

Outras cidades brasileiras, como Belém, João Pessoa, Goiânia, Brasília, Recife, Fortaleza e Vitória, também apostam nos modernos BRTs. 

Segundo o projeto BRT Data, que compila informações sobre esse sistema de transporte, há linhas rápidas de ônibus em quase 200 cidades de todo o mundo. Em mais de 150 delas, as linhas foram instaladas depois de 2001. “Em lugares como a Cidade do México, onde existem várias linhas, o serviço de BRT é tão bem avaliado pela população quanto o de metrô”, afirma Luis Antonio Lindau, diretor da organização WRI Brasil Cidades Sustentáveis. 

Não é difícil entender as vantagens do transporte coletivo sobre o individual. Pelas contas de Lindau, uma faixa com 3,6 metros de largura permite o transporte de até 1 200 pessoas por hora em automóveis. Em ônibus, esse número pode chegar a 15 000 pessoas. 

A economia de tempo – e de dinheiro – é evidente. “Uma parte do problema da mobilidade urbana pode ser resolvida sobre rodas, com obras menos complexas do que podemos imaginar”, diz Lindau.

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