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Brasil precisa de 21 mil quilômetros de autoestradas

O investimento necessário seria de até R$ 250 bilhões, afirmou nesta quarta-feira o sócio da Bain & Company e um dos autores do estudo, Fernando Martins

Trecho da rodovia BR-324: o estudo atual sobre o sistema rodoviário deve ser entregue a secretarias de transporte e órgãos do Governo Federal. (Edson Ruiz/Placar)
DR

Da Redação

Publicado em 10 de julho de 2013 às 17h15.

São Paulo - Um estudo realizado pela consultoria de negócios Bain & Company aponta que o Brasil precisaria de 21 mil quilômetros de autoestradas para aumentar a integração nacional e melhorar a mobilidade rodoviária no país.

O investimento necessário seria de até R$ 250 bilhões, afirmou nesta quarta-feira à Agência Efe o sócio da Bain & Company e um dos autores do estudo, Fernando Martins.

Conforme dados divulgados pelo documento, o programa poderia ser executado no período de seis a oito anos - sem considerar possíveis atrasos de licenciamento, desapropriação e execução de obras - e impulsionaria o crescimento do PIB brasileiro em até 1,25% por ano.

Focado principalmente em autoestradas (rodovias duplicadas), o estudo traz uma comparação de índices como amplitude e cobertura da rede, condições de segurança e custo do transporte, condições de manutenção, nível de investimentos anuais.

Segundo Fernando Martins, as motivações para a realização da pesquisa foram os trabalhos de logística que a empresa faz e as constantes reclamações de seus clientes em relação aos custos, fretes e horários. Ele explica que o documento aponta a ampliação de rodovias já existentes no país.

"A definição de autoestrada usada no estudo é rodovia duplicada, duas pistas pra ir e duas pra voltar, separadas no meio, sem travessia de nível e sem semáforo, sem impedimento. Elas teriam que ser construídas na forma de duplicações e não construções completamente novas, porque é mais fácil. O custo inserido no estudo inclui também melhorias nas vias e não apenas as duplicações, coisas como túneis e viadutos", explicou à Efe.


Outro motivo para acelerar o investimento em autoestradas, segundo Martins, seria o alto custo do transporte e sua importância para a competitividade de custo da indústria brasileira.

"De acordo com uma pesquisa do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em 2008 a América Latina gastava 7% do valor das exportações com frete, quase o dobro dos 3,7% gastos pelos Estados Unidos. Parte desse alto custo se deve ao fato de nossa matriz de transporte ainda ser excessivamente dependente de estradas (60% da nossa carga transportada é deslocada por estradas, contra 26% no território americano). E isso só se modifica com pesados investimentos em modais como ferrovias e hidrovias", afirmou.

No Brasil, durante o governo de Juscelino Kubitschek, na década de 1950, houve um impulso ao sistema rodoviário, principalmente em função da instalação da indústria automobilística no país, priorizando este modelo no lugar do ferroviário ou hidroviária. Como estes dois sistemas são algumas vezes mais baratos e vantajosos, a empresa pretende fazer um novo estudo levando em conta a malha ferroviária brasileira.

Fernando Martins declara, no entanto, que em função do atraso existente não se pode ignorar os investimentos necessários também nas rodovias.

"Queremos fazer um novo estudo de natureza similar sobre qual é o tamanho da malha ferroviária atual e o que a gente precisaria ter como ideal. Nos Estados Unidos, há uma malha ferroviária incrível de 200 mil quilômetros de ferrovias cobrindo o país inteiro enquanto, no Brasil, temos cerca de 20 mil quilômetros ao todo. O tamanho do salto que teríamos que dar nas ferrovias é tão grande que abandonar as estradas é inviável", afirmou.

O estudo atual sobre o sistema rodoviário deve ser entregue a secretarias de transporte e órgãos do Governo Federal.

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São Paulo - Um estudo realizado pela consultoria de negócios Bain & Company aponta que o Brasil precisaria de 21 mil quilômetros de autoestradas para aumentar a integração nacional e melhorar a mobilidade rodoviária no país.

O investimento necessário seria de até R$ 250 bilhões, afirmou nesta quarta-feira à Agência Efe o sócio da Bain & Company e um dos autores do estudo, Fernando Martins.

Conforme dados divulgados pelo documento, o programa poderia ser executado no período de seis a oito anos - sem considerar possíveis atrasos de licenciamento, desapropriação e execução de obras - e impulsionaria o crescimento do PIB brasileiro em até 1,25% por ano.

Focado principalmente em autoestradas (rodovias duplicadas), o estudo traz uma comparação de índices como amplitude e cobertura da rede, condições de segurança e custo do transporte, condições de manutenção, nível de investimentos anuais.

Segundo Fernando Martins, as motivações para a realização da pesquisa foram os trabalhos de logística que a empresa faz e as constantes reclamações de seus clientes em relação aos custos, fretes e horários. Ele explica que o documento aponta a ampliação de rodovias já existentes no país.

"A definição de autoestrada usada no estudo é rodovia duplicada, duas pistas pra ir e duas pra voltar, separadas no meio, sem travessia de nível e sem semáforo, sem impedimento. Elas teriam que ser construídas na forma de duplicações e não construções completamente novas, porque é mais fácil. O custo inserido no estudo inclui também melhorias nas vias e não apenas as duplicações, coisas como túneis e viadutos", explicou à Efe.


Outro motivo para acelerar o investimento em autoestradas, segundo Martins, seria o alto custo do transporte e sua importância para a competitividade de custo da indústria brasileira.

"De acordo com uma pesquisa do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em 2008 a América Latina gastava 7% do valor das exportações com frete, quase o dobro dos 3,7% gastos pelos Estados Unidos. Parte desse alto custo se deve ao fato de nossa matriz de transporte ainda ser excessivamente dependente de estradas (60% da nossa carga transportada é deslocada por estradas, contra 26% no território americano). E isso só se modifica com pesados investimentos em modais como ferrovias e hidrovias", afirmou.

No Brasil, durante o governo de Juscelino Kubitschek, na década de 1950, houve um impulso ao sistema rodoviário, principalmente em função da instalação da indústria automobilística no país, priorizando este modelo no lugar do ferroviário ou hidroviária. Como estes dois sistemas são algumas vezes mais baratos e vantajosos, a empresa pretende fazer um novo estudo levando em conta a malha ferroviária brasileira.

Fernando Martins declara, no entanto, que em função do atraso existente não se pode ignorar os investimentos necessários também nas rodovias.

"Queremos fazer um novo estudo de natureza similar sobre qual é o tamanho da malha ferroviária atual e o que a gente precisaria ter como ideal. Nos Estados Unidos, há uma malha ferroviária incrível de 200 mil quilômetros de ferrovias cobrindo o país inteiro enquanto, no Brasil, temos cerca de 20 mil quilômetros ao todo. O tamanho do salto que teríamos que dar nas ferrovias é tão grande que abandonar as estradas é inviável", afirmou.

O estudo atual sobre o sistema rodoviário deve ser entregue a secretarias de transporte e órgãos do Governo Federal.

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