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Brasil passa a marca de 1 milhão de casos de covid-19, diz consórcio

Quase quatro meses depois da primeira infecção confirmada, o país se tornou o segundo mais afetado pela doença em todo o mundo

Reabertura: diversos estados relaxaram a quarentena desde o início de junho. (Andre Coelho/Getty Images)
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Clara Cerioni

Publicado em 19 de junho de 2020 às 14h10.

Última atualização em 19 de junho de 2020 às 16h34.

O Brasil rompeu a barreira de 1 milhão de casos confirmados de covid-19 nesta sexta-feira, 19. O dado é do consórcio de imprensa, que reúne UOL, Folha de S.Paulo, O Estado de S. Paulo, O Globo, G1 e Extra.

O balanço, que teve uma atualização extra às 14 horas, é contabilizado com base nas informações das 27 secretarias de saúde estaduais.

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O país tem um total de 1.009.699 infecções e 48.427 mortes causadas pelo coronavírus.

Desde o começo do mês, o país tem uma média de registros de casos diários superior a 25 mil. Tudo indica que neste fim de semana supere outra marca, a dos 50 mil óbitos.

O primeiro caso foi registrado no dia 26 de fevereiro, em São Paulo, depois que um homem voltou de viagem à Itália, um dos países mais atingidos pela pandemia.

Foram três meses para chegar a 500 mil casos, no dia 31 de maio. Menos de um mês depois, este número dobrou.

Em coletiva de imprensa realizada na quinta-feira, 18, o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Arnaldo Correia, disse que o número de casos caminha para uma estabilização.

"Quando a gente olha o número de casos por semana epidemiológica, estamos entrando em um platô, de estabilidade", afirmou.

O estado mais afetado pela pandemia é São Paulo, que tem mais de 211 mil pessoas infectadas. Logo depois vem o Rio de Janeiro e Ceará, com pouco mais de 87 mil casos cada.

EUA levou menos tempo para chegar a 1 milhão

O Brasil é o segundo país com mais infecções e mortes pelo vírus SARS-CoV-2 em todo o mundo. Só está atrás dos Estados Unidos, que contabiliza 2,1 milhões de casos e mais de 117 mil mortes, segundo dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, sigla em inglês).

A diferença é que nos Estados Unidos a velocidade de progressão da doença foi mais rápida. A marca do 1 milhão foi atingida em 28 de abril, três meses após a confirmação do primeiro caso no país.

Naquele momento, cerca de 90% da população americana estava sob lockdown. Um mês depois, já com o avanço das medidas de reabertura da economia, o país passou os 2 milhões de casos confirmados. Muitas regiões do Brasil, como se sabe, estão em plena reabertura.

Em todo o mundo, são 8,5 milhões de infectados e pelo menos 456 mil mortes. Mais de 4,5 milhões de pessoas já se recuperaram da doença. Os dados são da plataforma Worldmeters que reúne informações oficiais.

Apagão de dados

Na primeira semana de junho, o Brasil passou por um apagão de dados da situação da pandemia no país. Começou com o atraso do Ministério da Saúde na divulgação do balanço diário, que era feito sempre às 19 horas. Ele passou para às 20 horas e depois para às 22 horas.

Na época, o presidente Jair Bolsonaro admitiu que o objetivo era evitar a divulgação e disse na porta do Palácio do Alvorada que “acabou a matéria no Jornal Nacional.”

O governo só voltou a divulgar os dados depois de uma decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes.

Subnotificações

Um estudo adotado pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) indica que o número de casos de covid-19 no Brasil seria de oito a dez vezes maior que o registrado.

A projeção é feita por pesquisadores do programa de pós-graduação em modelagem computacional da UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora) e do Cefet (Centro Federal de Educação Tecnológica) de Minas Gerais.

Há 35 dias sem ministro da Saúde

O Brasil está sem um ministro da Saúde há 35 dias. Em meio à pandemia do coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro demitiu dois chefes da pasta por discordâncias na condução das medidas de combate à doença.

Luiz Henrique Mandetta foi exonerado no dia 16 de abril, quando o país ainda registrava 2 mil mortes e 30 mil casos. O oncologista Nelson Teich assumiu a função e ficou apenas 28 dias no cargo, depois de divergências sobre o uso da cloroquina no tratamento do coronavírus. Na época, o país tinha 202 mil infectados.

Desde a saída de Teich, no dia 15 de maio, Eduardo Pazuello, que era o secretário-executivo da pasta, assumiu o posto interinamente.

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