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Brasil não é "um paiseco", diz Temer

O presidente discursou hoje (20) no Itamaraty, nas comemorações do Dia do Diplomata, e criticou a forma como a imagem do Brasil é difundida em outros países

Michel Temer: o presidente disse que o Brasil é um país de oportunidades e de "renovado vigor" (Agência Brasil/Agência Brasil)
AB

Agência Brasil

Publicado em 20 de abril de 2017 às 15h48.

Última atualização em 20 de abril de 2017 às 15h49.

Ao discursar hoje (20), no Itamaraty, nas comemorações do Dia do Diplomata, o presidente Michel Temer lembrou aos formandos do curso do Instituto Rio Branco que caberá a eles mostrar ao mundo que o Brasil é um país de oportunidades e de "renovado vigor".

"Os senhores terão a oportunidade de falar ao mundo sobre o Brasil e projetar um novo país de oportunidades que nascem das reformas; de falar do renovado vigor institucional para atrair parceiros e investimentos para os novos negócios", disse.

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"Lá fora os senhores verificarão que uma das principais reivindicações é sobre a segurança jurídica no país. Nós estamos caminhando para o sistema de absoluta segurança jurídica. Nós, da área jurídica, sabemos que se não houver essa segurança dificilmente alguém investirá no país", acrescentou, ao destacar o papel da carreira diplomática para o desenvolvimento e a inserção do país no circuito internacional.

Temer criticou, em seu pronunciamento, a forma como a imagem do Brasil é difundida em outros países.

Segundo ele, "dados, fatos e informações" levadas ao exterior dão a impressão de que o Brasil é um "paiseco" que não respeita a Constituição, o que acaba por reforçar a impressão de haver insegurança jurídica no país.

Importância da política externa

"Nos poucos meses que nos restam, cerca de 18 ou 20 meses, temos muito o que fazer. E aí a política externa tem um papel a desempenhar, que é recuperar o Brasil. Muitas vezes são levados ao exterior dados, fatos e informações que não coincidem com aquilo que está na Constituição Federal. As pessoas lá fora ficam com a imagem de que esse país é um paiseco, que vai fazendo as coisas sem amparo legal; sem amparo constitucional", disse o presidente da República, na cerimônia de formatura de turmas do Instituto Rio Branco, no Palácio do Itamaraty, em Brasília.

Temer apontou algumas das prioridades da diplomacia brasileira.

"Estamos revitalizando o Mercosul, resgatando sua condição original de democracia e livre mercado, e estamos nos aproximando dos parceiros da aliança do Pacífico. Não devemos ter divisão. Devemos buscar a união entre os vários países da América do Sul e da América Latina".

Ainda durante o discurso, Temer fez uma contextualização sobre a situação mundial, associando-a ao papel que terão os futuros diplomatas brasileiros.

"No exterior não haverá partido, ideologia ou tendência a presidir os seus trabalhos. Sempre será o interesse do nosso país. Até porque o mundo de hoje está distante do mundo do início do século 20", afirmou.

"Passado mais de um século, nos vemos confrontados com um cenário externo que desafia a compreensão. Vivemos tempos de incerteza e instabilidade. Lugar comum que só faz se confirmar a cada dia. Tendências isolacionistas fazem contrapeso a dinâmicas de integração que pareciam asseguradas", argumentou.

"Os conflitos da Síria e a tensão na península coreana, os focos de efervescência não dão sinais de ceder. O extremismo ceifa vida de homens, mulheres e crianças. O terrorismo chega a cidades e povoados presentes e ausentes de nosso imaginário geográfico. E as instituições não oferecem tantas das respostas que buscamos e precisamos", completou.

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