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Brasil melhorou após denúncia, diz delator do mensalão

Para ex-deputado Roberto Jefferson, após o episódio, que resultou na cassação de seu mandato e posterior condenação a sete anos de prisão, "o Brasil melhorou"


	Roberto Jefferson: "A imprensa fiscaliza mais e os políticos melhoraram seu comportamento. Não dá mais para brincar com a opinião pública"
 (Rose Brasil/Agência Brasil)

Roberto Jefferson: "A imprensa fiscaliza mais e os políticos melhoraram seu comportamento. Não dá mais para brincar com a opinião pública" (Rose Brasil/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 24 de fevereiro de 2014 às 16h00.

Levy Gasparian - Após ter sido preso pela Polícia Federal em sua casa em Levy Gasparian, no interior do Estado, o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) disse que não se arrepende da denúncia que fez sobre o esquema do mensalão, e, 2005, no primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Para ele, após o episódio, que resultou na cassação de seu mandato e posterior condenação a sete anos de prisão, "o Brasil melhorou".

"A imprensa fiscaliza mais e os políticos melhoraram seu comportamento. Não dá mais para brincar com a opinião pública", afirmou Jefferson aos repórteres na porta de sua casa. O ex-deputado não quis revelar se considera justa sua condenação pelo Supremo Tribunal Federal pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

O delator do mensalão disse que encara sua prisão "com serenidade, equilíbrio, paciência e humildade".

"Tenho que passar por isso. Estou levando todos os meus laudos e a última tomografia. Assim que eu der entrada na PF, eles terão acesso ao meu histórico médico", afirmou Jefferson, que segue dieta depois de se tratar de um câncer no pâncreas, em 2012.

Apesar de ter sido condenado no regime semiaberto, Jefferson disse que ainda não tem nenhuma proposta de emprego, o que permitiria a ele deixar a prisão durante o dia.

Ele informou que as negociações para venda de seu escritório no centro do Rio estão bem encaminhadas.

O dinheiro será usado para pagar parte da multa de R$ 720 mil imposta pelo STF. O restante, disse ele, será obtido com doações de correligionários do PTB.


O ex-parlamentar disse que está levando para a cadeia dois livros: a Bíblia e um que conta a história da humanidade no século XX, cujo nome não se recordou.

"Não sou melhor do que ninguém. Não sou santo. Tenho defeitos, mas também virtudes. Eu trato bem as pessoas. Não é à toa que fui eleito seis vezes deputado federal", disse.

O petebista encerrou a entrevista sugerindo aos jornalistas que prezem pela liberdade, ao comentar o passeio que fez em sua moto Harley Davidson, na manhã de domingo, 23, pelas redondezas de Levy Gasparian.

"Curti muito a volta na Harley, o sentimento de liberdade e lealdade. Não é a chegada, o que importa é a jornada. Liberdade é fundamental para o ser humano. E eu estou perdendo a minha", declarou.

O STF entregou no fim da manhã desta segunda-feira, 24, o mandado de prisão de Jefferson, em papel, à Polícia Federal em Brasília.

Lá, o documento foi digitalizado e transmitido via e-mail para a Superintendência da Polícia Federal no Rio, que encaminhou a mensagem a um agente que fazia plantão na residência de Jefferson.

O agente entrou na casa, com autorização do ex-deputado, e imprimiu o mandado. Jefferson assinou o documento tomando ciência da ordem de prisão às 12h21.

O ex-deputado embarcou em um carro descaracterizado da Polícia Federal, às 14 horas desta segunda-feira, 24, a caminho da sede da Superintendência da PF, no centro do Rio. A mulher de Jefferson, Ana Lúcia, seguiu o comboio dirigindo o carro da família, uma Pajero branca.

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