Brasil importou US$ 20 bi em tecnologia em 2009
ONU afirma que Brasil não conseguiu nos últimos dez anos se inserir como exportador no mercado bilionário de tecnologia da informação
Da Redação
Publicado em 16 de outubro de 2010 às 18h06.
São Paulo - O Brasil é dependente hoje das importações de bens tecnológicos para atender à demanda por celulares e internet. Dados publicados pela Organização das Nações Unidas (ONU) mostram que o País não conseguiu nos últimos dez anos se inserir como exportador no mercado bilionário de tecnologia da informação, como fizeram mais de 20 países emergentes.
Desde 2008, o comércio de bens de tecnologia de comunicação já superou os lucros mundiais do setor automobilístico e as exportações já movimentam duas vezes mais recursos que a agricultura. Segundo o levantamento da ONU, o Brasil importou em 2009 mais de US$ 20,5 bilhões em produtos relacionados à tecnologia da informação.
No mesmo ano, exportou apenas US$ 3,6 bilhões e não figura nem na lista dos 20 maiores vendedores entre os países em desenvolvimento. O valor é ainda uma fração insignificante em relação ao mais de US$ 1,9 trilhão em exportações no mundo envolvendo o setor. No volume total de importações, os bens de tecnologia já representam 11,9% de tudo que entra por ano no Brasil. Já entre as exportações, o setor representa apenas 1,8%.
A constatação da ONU é de que, de fato, o mercado de bens de tecnologia da informação está concentrado apenas em alguns países. China, Estados Unidos, Hong Kong, Japão e Cingapura são responsáveis por mais da metade das vendas mundiais do setor.
Hoje, a Ásia exporta mais de US$ 1 trilhão por ano no setor e, com exceção do México, os 20 maiores exportadores de bens de comunicação nos países emergentes estão no continente asiático. A China é o principal destaque e representa mais de 20% das vendas mundiais.
O volume é 2,5 vezes o que os Estados Unidos exportam, cerca de US$ 430 bilhões. Se Hong Kong for incluído no cálculo, o valor chega a mais de US$ 600 bilhões. Já as vendas americanas são de US$ 174 bilhões. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.