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"Brasil está quebrado. Não consigo fazer nada", diz Bolsonaro

Bolsonaro culpou pandemia e imprensa pela situação e citou mudança no imposto de renda como promessa que não consegue cumprir

"Eu queria mexer na tabela do IR, tá, teve esse vírus, potencializado pela mídia que nós temos, essa mídia sem caráter" (Alan Santos/PR/Divulgação)

"Eu queria mexer na tabela do IR, tá, teve esse vírus, potencializado pela mídia que nós temos, essa mídia sem caráter" (Alan Santos/PR/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 5 de janeiro de 2021 às 12h59.

Última atualização em 5 de janeiro de 2021 às 13h35.

Em seu primeiro dia de trabalho em 2021, o presidente da República, Jair Bolsonaro, afirmou nesta terça-feira, 5, que o Brasil está ''quebrado". Para apoiadores, ele disse que não "consegue fazer nada" e citou como exemplo as mudanças na tabela do imposto de renda.

"O Brasil está quebrado, chefe. Eu não consigo fazer nada. Eu queria mexer na tabela do imposto de renda, tá, teve esse vírus, potencializado pela mídia que nós temos, essa mídia sem caráter", afirmou Bolsonaro a um apoiador na saída do Palácio da Alvorada.

A ampliação da isenção do IR é uma das promessas de campanha de Bolsonaro que nunca saíram do papel. Em 2019, o presidente chegou a retomar o assunto algumas vezes ao afirmar que a ampliação estava sendo estudada pelo governo.

Atualmente, quem ganha até 1.900 reais por mês está isento de declarar o IR. Bolsonaro já chegou a dizer que gostaria de aumentar a isenção da tabela do IR para quem ganha até cinco salários mínimos até o final de seu mandato (hoje, 5.500 reais). A ideia, contudo, já enfrentava resistência da equipe econômica ainda em 2019, quando as contas do governo não estavam afetadas pela crise do novo coronavírus.

Na conversa com apoiadores nesta terça, Bolsonaro também voltou a intensificar as críticas à mídia, que segundo ele realiza um "trabalho incessante de tentar desgastar" o governo. "Vão ter que me aguentar até o final de 2022, pode ter certeza aí", afirmou.

Bolsonaro retoma o expediente normal no Palácio do Planalto após 17 dias sem compromissos oficiais e dias de recesso divididos entre o litoral de Santa Catarina, em São Francisco do Sul, e no litoral de São Paulo, no Guarujá.

A agenda pública desta terça inclui reuniões com os ministros Fábio Faria, das Comunicações, Fernando Azevedo, da Defesa, Braga Netto, da Casa Civil, e Pedro Cesar Nunes, ministro interino da Secretaria-Geral, além do presidente da Caixa Econômica, Pedro Guimarães.

De tarde, em meio às negociações de uma vacina contra a covid-19, Bolsonaro também fará uma visita técnica ao Ministério da Saúde.

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