Brasil espera que EUA revertam redução de cota para aço semiacabado
A Casa Branca anunciou na sexta-feira que a imposição de cotas de importação para certos produtos siderúrgicos brasileiros
Reuters
Publicado em 30 de agosto de 2020 às 15h44.
Última atualização em 31 de agosto de 2020 às 10h25.
O governo brasileiro acredita que as cotas para importação de aço recentemente impostas ao país pelos Estados Unidos serão suspensas à medida que as condições do mercado melhorarem, informaram os ministérios das Relações Exteriores e da Economia em comunicado, no sábado.
Na noite de sexta-feira, a Casa Branca anunciou que estava impondo cotas de importação para certos produtos siderúrgicos brasileiros, à medida que os produtores norte-americanos enfrentam uma queda no mercado.
O Itamaraty e o Ministério da Economia reconheceram no comunicado de sábado a decisão do governo norte-americano, acrescentando que o diálogo sobre o assunto será retomado em dezembro.
“O governo brasileiro mantém a firme expectativa de que a recuperação do setor siderúrgico dos EUA, o diálogo franco e construtivo na matéria, a ser retomado em dezembro próximo, e a excepcional qualidade das relações bilaterais permitirão o pleno restabelecimento e mesmo a elevação dos níveis de comércio de aço semiacabado", disseram.
Na quarta-feira, ao participar de cerimônia de religação do alto-forno 1 da Usiminas em Ipatinga (MG), o presidente Jair Bolsonaro havia se vangloriado de sua relação com o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmando que tinha conseguido resolver a questão do aço brasileiro.
"Há poucos meses tínhamos uma notícia de que o presidente americano ia taxar nosso aço e a imprensa me criticou. Eu segurei quieto por quase 30 dias. Obviamente conversei com Trump. E acabou que 30 dias depois nosso aço não foi sobretaxado."
Segundo a nota dos ministérios, a decisão dos EUA mantém a isenção de tarifas sobre o comércio bilateral do aço semiacabado intra-cota, "a exemplo do que ocorreu em 2019 como resultado de contato entre os presidentes Jair Bolsonaro e Donald Trump".