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Brasil e potências da OMC retomarão discussão de Doha em Davos

Representantes da UE, dos EUA, da China, do Japão, da Austrália, da Índia e do Brasil devem se reunir na cidade suíça

Centro de congressos de Davos, onde é realizado o Fórum Econômico Mundial (Flickr/Fórum Econômico Mundial)
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Da Redação

Publicado em 28 de janeiro de 2011 às 10h16.

Davos, Suíça - O Brasil e as outras potências envolvidas nas negociações da estagnada Rodada de Doha se reunirão à margem do Fórum de Davos nesta sexta-feira para tentar reativar o processo de liberalização do comércio mundial.

"Estamos aqui para ver se há uma evolução", disse o ministro das Relações Exteriores Antonio Patriota, que comanda a delegação brasileira no Fórum Econômico Mundial na Suíça.

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"A intenção é tentar retomar a rodada sobre a base dos progressos já alcançados, mas não tenho certeza de nada", admitiu Patriota, referindo-se aos encontros ministeriais programados ao longo do fórum.

O comissário europeu do Comércio, Karel de Gucht, convidou representantes de Brasil, Estados Unidos, China, Japão, Austrália e Índia - principais atores da Rodada de Doha - para um jantar de trabalho na noite desta sexta-feira, em um hotel de Davos.

Para a manhã de sábado, a presidência suíça convocou uma grande reunião ministerial sobre a OMC, uma tradição em Davos que havia sido abandonada após o fracasso das negociações da rodada de Doha, em julho de 2008 em Genebra.

As negociações de Doha, cuja meta é reduzir ou eliminar tarifas alfandegárias de milhares de produtos, além de limitar consideravelmente os subsídios à agricultura, começaram 2001 na capital do Qatar.


As discussões, no entanto, continuam estagnadas há mais de dois anos, devido às persistentes diferenças entre os países desenvolvidos, os emergentes e as economias em desenvolvimento.

O diretor-geral da OMC, Pascal Lamy, indicou no sábado passado que as possibilidades de concluir as negociações de Doha sobre o comércio internacional são "muito melhores que no ano passado na mesma época".

Em relação à situação das negociações, o chanceler brasileiro disse esperar que os Estados Unidos modifiquem seu discurso habitual de exigências de concessões por parte de Índia e Brasil, "que não leva a progressos".

"A contribuição dos países emergentes já está sendo dada com seu aporte para a reativação da economia mundial", disse Patriota, referindo-se à velha exigência das nações industrializadas de uma partilha das responsabilidades para alcançar um acordo em Doha.

Por outro lado, o ministro brasileiro reiterou a preocupação do Brasil com a influência da contínua valorização do real nas negociações de um tratado de livre comércio entre a União Europeia (UE) e o Mercosul.

"Não devemos subestimar o desafio que significa negociar um acordo de livre comércio com o real valorizado", alertou.

Na quarta-feira, em seu primeiro-encontro com líderes europeus em Bruxelas, o chanceler brasileiro já havia destacado as "dificuldades" enfrentadas pelo país devido à apreciação de sua moeda.

Em 2010, o real registrou uma valorização de 4,6%, depois de ter avançado 32% em 2009 e mais de 100% nos oito anos de mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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