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Brasil avança em ranking de educação, mas segue atrás

Pelo menos a metade dos jovens brasileiros não consegue passar do nível mais básico de compreensão

Educação do Brasil conseguiu superar a barreira dos 400 pontos em leitura e ciências (Arquivo/AGÊNCIA BRASIL)

Educação do Brasil conseguiu superar a barreira dos 400 pontos em leitura e ciências (Arquivo/AGÊNCIA BRASIL)

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Da Redação

Publicado em 7 de dezembro de 2010 às 08h22.

Londres - O Brasil teve a terceira maior evolução na área educacional ao se considerar as médias de 65 nações, de acordo com os resultados do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa, na sigla em inglês), realizado a cada três anos pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e divulgado hoje.

O País conseguiu superar a barreira dos 400 pontos em leitura e ciências, mas ficou abaixo desse patamar em matemática. O resultado, no entanto, ainda está longe de ser positivo. Nas três áreas, pelo menos a metade dos jovens brasileiros não consegue passar do nível mais básico de compreensão.

O Pisa avalia estudantes de 15 anos completos em todos os países membros da OCDE, mais os convidados - como Brasil, México, Argentina e Chile, entre outros. Em 2009, ano da prova mais recente, foram selecionados 400 mil jovens em todo o mundo, incluindo 20 mil brasileiros de todos os Estados. A escolha pela faixa etária permite uma comparação entre os diferentes países, mesmo que os sistemas de ensino sejam diferentes.

Evolução

A matemática ainda é o ponto mais fraco dos estudantes do País. Apesar de ter subido 16 pontos, a média nacional - de 386 - ainda fica 111 pontos abaixo da média da OCDE. Em ciências, a média brasileira subiu 15 pontos e chegou a 405, enquanto em leitura, onde houve a maior evolução - 17 pontos -, alcançou 412.

Os melhores números, no entanto, ainda deixam uma boa parte dos alunos pelo caminho. Em leitura, quase metade dos brasileiros avaliados alcança apenas o nível 1. Em três anos, houve uma melhoria de apenas 6 pontos percentuais. O nível 1 significa que esses adolescentes são capazes de encontrar informações explícitas nos textos e relacioná-las com o cotidiano deles. E só. Não são analfabetos, mas têm somente o grau mínimo de habilidade de leitura.

Em matemática, 69% dos estudantes do País chegam apenas ao nível 1, contra 73% em 2006. Esses jovens não conseguem ir além dos problemas mais básicos e têm dificuldades de aplicar conceitos e fórmulas. Na avaliação da OCDE, eles teriam inclusive dificuldades de tirar proveito de uma educação mais avançada.

Em ciências, 54,2% dos brasileiros avaliados ficaram no nível 1 - ou seja, conseguem apenas entender o óbvio e têm enormes dificuldades de usar ou compreender essa disciplina. Em 2006, 61% estavam nesse patamar.

Na outra ponta, apenas 1,3% dos estudantes atinge os níveis 5 e 6 em leitura, 0,8 % em matemática e 0,6% em ciências.

A evolução revelada na prova foi comemorada pelo governo, já que em apenas três anos o País conseguiu mostrar, pela primeira vez, resultados consistentes. Entre 2003 e 2006, a média geral brasileira havia crescido apenas um ponto. Em leitura, havia caído 10, e permanecido estável em ciências. Apenas matemática havia crescido. Nesta edição, o Brasil conseguiu superar, na América Latina, Colômbia e Argentina, mas ainda está atrás do Chile, Uruguai e México.

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