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Brancos, nulos e faltas foram maiores que apoio a Doria

Um em cada três paulistanos não participou da escolha do novo prefeito, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral


	João Doria: ao todo, a capital paulista tem 8,88 milhões de eleitores aptos a votar
 (Divulgação / Facebook João Doria)

João Doria: ao todo, a capital paulista tem 8,88 milhões de eleitores aptos a votar (Divulgação / Facebook João Doria)

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Da Redação

Publicado em 3 de outubro de 2016 às 07h49.

São Paulo - A capital paulista registrou nas eleições municipais deste ano número recorde de eleitores que não compareceram às urnas ou que votaram nulo ou branco.

Um em cada três paulistanos (34,8%) não participou da escolha do novo prefeito, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral - maior índice desde 1996, último dado disponível.

Somados, as abstenções (1,94 milhão de pessoas) e os votos Brancos (367 mil) e nulos (788 mil) superam a votação do candidato eleito João Doria (PSDB), que obteve 3,08 milhões de votos.

Ao todo, a capital paulista tem 8,88 milhões de eleitores aptos a votar.

Considerando apenas as pessoas que foram às urnas, mas não optaram por nenhum dos candidatos, o número supera os votos do prefeito Fernando Haddad (PT), que ficou em segundo lugar na disputa, com 967 mil votos, ou 16,7% dos votos válidos.

Brancos e nulos, por sua vez, somaram 1,15 milhão.

Com isso, na prática, apenas o candidato do PSDB, dentre os 11 que disputaram, conseguiu mais votos do que a soma dos votos dos eleitores que não optaram por ninguém.

"Doria está com um terço (dos votos totais), não com 53%", afirma o economista Alexandre Cabral, para quem o resultado nas urnas na capital paulista mostra que a população não quer nem PT e nem PSDB. "A população está desgostosa da política."

Como a apuração nas eleições para prefeito ainda não havia terminado nos 5.568 municípios brasileiros em que houve disputa no domingo, 2, não foi possível totalizar a quantidade de votos brancos e nulos para todo o País.

A abstenção, no entanto, foi de 17,6%, ligeiramente acima dos 16,4% registrados em 2012.

A maior taxa de não-comparecimento às urnas em relação ao tamanho do eleitorado nos últimos 20 anos foi registrada em 1996: 18,3%.

Mesmo assim, o presidente do TSE, Gilmar Mendes, destacou que o índice "é relativamente baixo, se tivermos em conta as eleições de 2014, que tivemos quase 20% de abstenção", disse.

De acordo com Mendes, a multa branda para quem não comparece às urnas faz com que a obrigatoriedade do voto no Brasil "não se traduza" em uma obrigação de fato, com pena econômica relevante.

Ele falou sobre a necessidade de se fazer esforço para persuadir a população a participar do processo eleitoral.

Análise

Analisar a taxa de abstenção é tarefa complicada. Ao contrário do que pode parecer, ela não mede perfeitamente a apatia em relação às eleições municipais, pois engloba também erros no cadastro.

Isso acontece porque a abstenção é calculada por meio da diferença entre o eleitorado total e a quantidade de pessoas que compareceram às urnas, mas o TSE não possui um cadastro sempre atualizado em relação ao número verdadeiro de eleitores.

Se alguém morreu ou mudou de cidade, por exemplo, ele ainda pode aparecer nos números de eleitorado - e sua ausência acabaria entrando na abstenção. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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