Repórter
Publicado em 30 de dezembro de 2025 às 18h20.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) permanece internado no Hospital DF Star, em Brasília, onde segue em cuidados pós-operatórios após a cirurgia de correção de hérnia inguinal bilateral realizada na semana passada.
De acordo com boletim médico divulgado nesta terça-feira, 30, ele apresentou novos episódios de soluço e foi submetido a uma complementação do bloqueio anestésico dos nervos frênicos de forma bilateral.
Segundo a equipe médica, o procedimento faz parte da estratégia adotada para controlar as crises persistentes de soluço, que voltaram a ocorrer mesmo após intervenções anteriores. O boletim informa, ainda, que Bolsonaro deverá passar por uma endoscopia digestiva alta na quarta-feira, 31, com o objetivo de avaliar o quadro de refluxo gastroesofágico.
O ex-presidente segue em acompanhamento clínico, com sessões de fisioterapia respiratória, uso de CPAP durante a noite e medidas preventivas para trombose venosa. O estado de saúde é considerado estável, dentro do esperado para o pós-operatório.
As crises de soluço estão associadas a complicações decorrentes da facada sofrida por Bolsonaro durante a campanha presidencial de 2018. Desde então, ele apresenta alterações no trato gastrointestinal e episódios recorrentes do sintoma, que têm exigido intervenções clínicas e procedimentos específicos para controle.
A internação ocorre após a cirurgia realizada na quinta-feira, 25, quando Bolsonaro foi submetido à herniorrafia inguinal bilateral por via convencional. A operação foi considerada bem-sucedida pela equipe médica, que desde então acompanha a evolução do quadro e faz ajustes no tratamento para controle do soluço e do refluxo.
Bolsonaro permanece internado sob cuidados médicos, acompanhado da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. A internação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após laudo da Polícia Federal apontar a necessidade de acompanhamento hospitalar.
O bloqueio do nervo frênico é uma técnica anestésica indicada em casos de soluço persistente, especialmente quando não há resposta satisfatória ao tratamento medicamentoso. O nervo frênico é responsável por comandar os movimentos do diafragma, músculo essencial para a respiração.
O procedimento consiste na aplicação localizada de anestesia para reduzir temporariamente a transmissão de estímulos nervosos ao diafragma, o que ajuda a conter as contrações involuntárias que provocam o soluço. Trata-se de uma medida temporária, utilizada como teste clínico, sem causar paralisia definitiva ou prejuízo à respiração.
Em situações específicas, o bloqueio pode ser realizado de forma bilateral, como no caso de Jair Bolsonaro, permitindo à equipe médica avaliar a resposta do organismo antes de definir os próximos passos do tratamento.