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O povo vai dizer se estamos certos ou não, diz Bolsonaro sobre Moro

A revista VEJA publicou reportagem em parceria com o The Intercept Brasil analisando parte das supostas mensagens de Moro, obtidas por fonte anônima

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Sergio Moro: site divulgou mais mensagens supostamente trocadas entre ministro, quando juiz, e procuradores (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Sergio Moro: site divulgou mais mensagens supostamente trocadas entre ministro, quando juiz, e procuradores (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

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Redação EXAME

Publicado em 5 de julho de 2019 às, 18h56.

Última atualização em 5 de julho de 2019 às, 19h27.

Quando o escândalo da divulgação das mensagens do ministro da Justiça Sergio Moro estava esfriando, a revista VEJA, em parceria com o site The Intercept Brasil, publicou nesta sexta-feira, 5, uma reportagem reacendendo o caso. Após a divulgação dos novos trechos de mensagens trocadas entre o ministro e o procurador da Lava Jato Deltan Dallagnol, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) e Moro foram obrigados a se pronunciar.

Em evento da guarda presidencial em Brasília, Bolsonaro afirmou que caberá “ao povo” dizer quem está certo. O presidente ainda disse que pretende ir ver a final da Copa América, no Rio de Janeiro, no próximo domingo, 7, ao lado de Moro. “Pretendo domingo não só ir assistir à final do Brasil com Peru. Bem como, se for possível, se a segurança permitir, irei com Sergio Moro junto ao gramado”.

O presidente ainda questionou sobre a razão de tanto se comentar sobre o caso de Moro, mas pouco se falar sobre Adélio Bispo, o homem que o atacou com uma faca durante a campanha presidencial de 2018. “Falam tanto do caso do Moro e telefone toda coisa, e vocês não vão dar nenhuma forcinha para o caso Adélio?”, questionou.

Já Moro publicou uma nota oficial, em que adota o discurso de que “não reconhece a autenticidade de supostas mensagens obtidas por meios criminosos e que podem ter sido adulteradas total ou parcialmente”. Desde os primeiros vazamentos, no dia 9 de junho, o ministro da Justiça tem optado por desclassificar as informações ao dizer que é impossível confirmar sua veracidade.

A nota questiona pontos específicos da reportagem de VEJA, como o trecho em que Moro supostamente afirma ser contra a delação do ex-deputado Eduardo Cunha (MDB). “Acusa a Veja o ministro, então juiz, de ter obstaculizado acordo de colaboração do MPF com o ex-deputado Eduardo Cunha. O ocorre que eventual colaboração de Eduardo Cunha, por envolver supostos pagamentos a autoridades de foro privilegiado, jamais tramitou na 13ª Vara de Curitiba ou esteve sob a responsabilidade do ministro, então juiz”, diz a nota.

Segundo a reportagem, o procurador Ronaldo Queiroz teria criado um grupo no aplicativo de mensagens Telegram para avisar que foi procurado pelo advogado de Cunha para iniciar uma negociação de delação premiada. Um mês depois, Moro teria perguntado a Dallagnol sobre a delação e afirmado que esperava que a procuradoria não procedesse com a ação. Dallagnol teria respondido que eram “só rumores que não procedem”, e prometido a Moro que o manteria informado.

Em uma outra conversa Moro comenta com Dallagnol que havia sido procurado por Fausto Silva, o apresentador de televisão, e que ele o havia parabenizado pelo trabalho na Lava Jato e aconselhado: “Ele disse que vocês nas entrevistas ou nas coletivas precisam usar uma linguagem mais simples, para todo mundo entender, para o povão. Disse que transmitiria o recado. Conselho de quem está há 28 anos na TV. Pensem nisso”. Fausto confirmou a VEJA que teve a conversa com Moro.

A revista afirmou que o Intercept recebeu quase 1 milhão de mensagens do hacker, o que resultou em um arquivo de 30.000 páginas. Para essa reportagem de sexta, foram analisadas 649.551 mensagens. De acordo com o veículo, Dalla­gnol e Moro foram procurados, mas não quiseram receber os jornalistas pessoalmente.

Tanto Bolsonaro quanto Moro e Dallagnol, claro, sabem que não é o “povo”  que dirá se estão certos ou não. As consequências políticas, sociais e jurídicas das mensagens trocadas seguem imprevisíveis. Em agosto, o Supremo Tribunal Federal retoma julgamento sobre a parcialidade de Moro no julgamento de Lula. Até lá, segundo o Intercept, novas reportagens serão publicadas.

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