Jair Bolsonaro, ex-presidente do Brasil, durante entrevista (YouTube/Reprodução)
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Publicado em 27 de dezembro de 2025 às 18h28.
O ex-presidente Jair Bolsonaro deve ser submetido a um novo procedimento médico na próxima segunda-feira, 9, similar ao ocorrido neste sábado, 27.
As intervenções visam reduzir as crises de soluços de Bolsonaro. A equipe médica afirmou em coletiva que tentou controlar a situação com medicamentos, mas que não houve reação positiva do ex-presidente e, por isso, decidiram fazer o procedimento neste sábado.
"Ontem [sexta], ele teve uma crise de soluço muito forte, incomodou para dormir, acordou abatido", afirmou o cardiologista Brasil Caiado.
O procedimento mencionado é o bloqueio do nervo frênico, que costuma ser realizado para diminuir a atividade do nervo que controla o diafragma e pode ajudar a interromper a crise de soluços. "Vamos aguardar resposta. Hoje [sábado] foi feito do lado direito e segunda-feira faremos do lado esquerdo", disse Caiado.
Os médicos afirmaram que há dois nervos que controlam o diafragma, um de cada lado, e que não seria adequado realizar o bloqueio de ambos ao mesmo tempo.
O radiologista Mateus Saldanha afirmou que o procedimento deste sábado foi bem sucedido. "Deu tudo certo. A gente conseguiu localizar, fizemos o bloqueio de um lado, porque se fizer dos dois lados, pode dar dessaturação”, afirmou.
Os médicos disseram que praticamente dobraram a medicação na tentativa de evitar o procedimento, mas que não foi o suficiente.
Na última quinta-feira, 25, o ex-chefe do Executivo já havia sido submetido à cirurgia de hérnia inguinal bilateral, que ocorre quando parte do intestino se projeta por áreas enfraquecidas da parede abdominal na região da virilha.
A defesa solicitou ao STF autorização para a internação no dia 24 e a cirurgia no dia seguinte. O ministro Alexandre de Moraes autorizou o pedido após manifestação técnica, destacando que Bolsonaro tem condições adequadas de tratamento na superintendência da PF, próxima ao hospital.
O ministro afirmou que a cirurgia tem caráter eletivo, sem urgência imediata, embora recomendada para ocorrer o mais breve possível. Bolsonaro cumpre pena de 27 anos e três meses de prisão após condenação pelo STF por tentativa de golpe de Estado. A autorização para a internação não altera a execução da pena.