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Bolsonaro republica exoneração de diretor da PF sem assinatura de Moro

Presidente reeditou o decreto de exoneração de Maurício Valeixo; ex-ministro disse que não assinou a primeira versão do documento

Jair Bolsonaro: o presidente também oficializou a exoneração do ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sergio Moro (Adriano Machado/Reuters)
AO

Agência O Globo

Publicado em 24 de abril de 2020 às 19h45.

Última atualização em 26 de abril de 2020 às 13h16.

O presidente Jair Bolsonaro oficializou na noite desta sexta-feira a exoneração do ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sergio Moro , em edição extra do Diário Oficial da União. Moro pediu demissão em pronunciamento na sede do ministério no fim da manhã, acusando Bolsonaro de "interferência política" na Polícia Federal.

Na mesma publicação, ele reeditou o decreto de exoneração do diretor-geral da PF, Maurício Valeixo, desta vez sem assinatura de Moro, que pela manhã negou ter participado da demissão. Ao contrário da exoneração de Valeixo, que conta com a assinatura do ministro-chefe da Casa Civil, Walter Braga Netto, e do ministro-chefe da Secretaria-geral da Presidência, Jorge Oliveira, a demissão de Moro só tem a assinatura de Bolsonaro.

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Inicialmente publicada na madrugada desta sexta, a exoneração de Valeixo permanece como "a pedido" do próprio, apesar de Moro ter dito que isso não ocorreu. No decreto anterior, constavam as assinaturas de Bolsonaro e do então ministro da Justiça.

O novo ato é assinado por Bolsonaro, e pelos ministros Walter Braga Netto (Casa Civil) e Jorge Oliveira (Secretaria-Geral), com a mensagem de que foi republicado "por ter constado incorreção, quanto ao original, na Edição do Diário Oficial da União de 24 de abril de 2020".

Em pronunciamento no fim da tarde, Bolsonaro reforçou que a exoneração do diretor-geral da PF é uma prerrogativa do presidente da República e disse que a medida ocorreu após uma conversa sua com Moro, na manhã de quinta-feira, com o então diretor-geral da PF, à noite.

- Eu e o doutor Valeixo conversamos por telefone e ele concordou com a exoneração a pedido. Desculpe, senhor ministro, o senhor não vai me chamar de mentiroso. Não existe uma acusação mais grave para um homem como eu, militar, cristão e presidente da República ser acusado disso - declarou.

Citando declarações de Valeixo de que estava cansado, Bolsonaro disse que esta "não foi uma demissão que causasse surpresa a quem quer que fosse".

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