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Bolsonaro nomeia militar para cargo número 2 do MEC

Esta sexta é um dia decisivo para a pasta. Segundo fontes, o ministro Ricardo Vélez Rodríguez pode ser demitido

Ricardo Machado Vieira: Bolsonaro nomeou nesta sexta-feira um militar para número 2 do Ministério da Educação (Linkedin/Reprodução)

Ricardo Machado Vieira: Bolsonaro nomeou nesta sexta-feira um militar para número 2 do Ministério da Educação (Linkedin/Reprodução)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 29 de março de 2019 às 09h41.

Última atualização em 29 de março de 2019 às 16h24.

São Paulo — O presidente Jair Bolsonaro nomeou nesta sexta-feira (29) um militar para número 2 do Ministério da Educação (MEC). O cargo de secretário executivo estava vago desde o dia 13.

Quem vai assumir agora é o tenente brigadeiro Ricardo Machado Vieira, que foi do Secretário de Pessoal, Ensino, Saúde e Desporto do Ministério da Defesa e chefe do Estado-Maior da Aeronáutica.

Machado Vieira atualmente é chefe de gabinete no Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), órgão do MEC que cuida de compras de livros didáticos, transporte e merenda.

Esta sexta é um dia decisivo para a pasta. Segundo fontes, o ministro Ricardo Vélez Rodríguez pode ser demitido e Machado Vieira ficaria como ministro interino até o governo encontrar um outro nome.

Outra possibilidade seria manter Vélez para preservá-lo, mas sem poder algum. Seria um movimento para "organizar a casa" e tentar atrair profissionais de educação.

Vélez foi chamado para um reunião com Bolsonaro nesta manhã. Ele havia anunciado outros dois secretários executivos e foi desautorizado pelo governo.

O ministro enfrenta uma crise há mais de um mês marcada por disputas internas, mais de 15 exonerações, medidas polêmicas e recuos.

Machado Vieira é homem forte no círculo militar, está no mais alto cargo da Aeronáutica e é especialista em logística. A intenção é que ele ajude a combater a influência dos chamados "olavistas" no MEC, segundo o jornal O Estado de S. Paulo apurou.

Na quinta-feira (28), Vélez nomeou dois simpatizantes do guru do bolsonaristas, Olavo de Carvalho, como assessores diretos dele.

Machado Vieira é muito amigo do general Augusto Heleno, ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), e contemporâneo do vice-presidente Hamilton Mourão e do ministro da Secretaria de Governo Carlos Alberto Santos Cruz.

Os cargos vagos no MEC têm causado paralisia na pasta. O governo deve anunciar ainda nesta sexta um novo presidente do Instituto Nacional de Pesquisas e Estudos Educacionais (Inep).

Marcus Vinicius Rodrigues foi demitido nesta semana e fez duras críticas a Vélez. Segundo mostrou o Estado, a falta de comando no órgão pode inviabilizar até a polêmica comissão formada para analisar questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

O ex-secretário executivo do MEC Luiz Antonio Tozi foi demitido a pedido de Bolsonaro, depois que tentou enfrentar os "olavistas".

Tozi era do chamado grupo técnico do ministério, foi dirigente no Centro Paula Souza, autarquia do governo paulista, e por isso chegou a ser chamado de "tucano" pelo escritor Olavo de Carvalho.

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