Bolsonaro muda postura e pouco interage com simpatizantes na hora de votar
O candidato saltou do carro, escoltado por policiais federais e vestindo colete à prova de balas, e foi embora depois de 15 minutos
Estadão Conteúdo
Publicado em 7 de outubro de 2018 às 19h00.
Eleitor na 581ª Seção da 23ª Zona na Escola Municipal Rosa da Fonseca, na Vila Militar, zona oeste do Rio, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL), em dias de eleição , costumava chegar logo na votação, às 8h e permanecer na entrada, cumprimentando eleitores. Neste 7 de outubro, como candidato à Presidência e primeiro colocado nas pesquisas, foi diferente. O candidato saltou do carro, escoltado por policiais federais, vestindo colete à prova de balas. Pouco interagiu com simpatizantes e, depois de 15 minutos, foi embora.
"Ele sempre ficava aqui na frente, quietinho, mas respondia quando falavam com ele. Hoje vim pensando que ia vê-lo, mas não deu tempo. A zona também sempre foi tranquila, hoje está muito mais movimentada", comparou a aposentada Rosana Gouveia Itatty, de 57 anos, esposa de militar e eleitora de Bolsonaro. "Acho que ele representa a volta do conservadorismo, a valorização da família", disse a mulher, que estava acompanhada de seu filho, Cassio Itatty, de 37 anos, que disse trabalhar na área da segurança e usava uma bandeira do Brasil em volta do corpo.
A todo momento, pessoas com bandeiras e camisas do Brasil entravam para votar no local. Foi o caso também do militar Alexandre Lima, de 50 anos. "Me identifico muito com o que ele prega. O Brasil precisa mudar. Acho que ele vai ajudar para o crescimento do País", disse.
O militar Carlos Eduardo Gomes, de 40 anos, que também carregava uma bandeira do Brasil, levou a filha de 8 anos para votar com ele. "Quero que ela aprenda desde cedo a fazer as escolhas certas. Não idolatro Bolsonaro, mas acredito que ele é o melhor candidato", disse Gomes, apesar de estar com uma camisa preta estampada com o rosto do candidato.
Já Andressa Villar, de 30 anos, mulher de um militar que mora na Vila, destacou que Bolsonaro tem mais "propostas de segurança", o que avaliou ser o que o Brasil mais precisa no momento. "Além disso, gosto da sua proposta de incentivar colégios militares, que são os melhores, principalmente pelos ensinamentos de moral e cívica, tão importantes para formar o caráter de nossos filhos", disse.
A Escola Municipal Rosa da Fonseca estava preenchida, em seus corredores, com cartazes antibullying, que educavam os alunos a não criticarem as diferenças dos colegas. Em rápida passagem pelo corredor escoltado por policiais, Bolsonaro não chegou a ver a decoração. Ele estava acompanhado de seus filhos o vereador Carlos Bolsonaro e o candidato ao senado pelo Rio, Flávio Bolsonaro.