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Bolsonaro diz que pode editar decreto contra isolamento

"Não podemos continuar com essa política de feche tudo, fique em casa", afirmou Bolsonaro

Jair Bolsonaro (Alan Santos/Flickr)

Jair Bolsonaro (Alan Santos/Flickr)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 5 de maio de 2021 às 12h16.

Última atualização em 5 de maio de 2021 às 12h32.

Crítico a medidas de isolamento social adotadas por governadores o presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira, 5, que avalia editar um decreto para garantir a "liberdade de culto, de poder trabalhar e o direito de ir e vir". De acordo com o presidente, a medida "não poderá ser contestada por nenhum tribunal". "Não podemos continuar com essa política de feche tudo, fique em casa", disse o presidente.

"Nas ruas já se começa a pedir por parte do governo que se baixe um decreto. E se eu baixar um decreto, vai ser cumprido. Não vai ser contestado por nenhum tribunal, porque será cumprido. O que constaria no corpo desse decreto? Os incisos do artigo 5º da Constituição", afirmou Bolsonaro durante evento no Palácio do Planalto sobre a Semana das Comunicações.

O artigo 5º, citado por Bolsonaro, diz que: "Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país, a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade".

"O Congresso, a qual integrei, tenho certeza que estará ao nosso lado. O povo, a qual nós, Executivo e parlamentares, devemos lealdade absoluta, também estará ao nosso lado. Quem poderá contestar o artigo 5 da Constituição?", continuou o presidente.

O chefe do Poder Executivo também falou sobre os atos em favor dele realizados no sábado, dia 1º, e comparou a lealdade do povo brasileiro à das Forças Armadas. "Os militares, quando se tornam praça, juram dar a vida pela Pátria. Os que tiveram nas ruas nesse 1º de maio, bem como outros milhões que não puderam ir às ruas, darão sua vida por liberdade."

Sobre a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, Bolsonaro reclamou de uma requisição de informações sobre os lugares que visitou. Em muitos finais de semana, o presidente frequentou comunidades pobres em Brasília e provocou aglomerações.

"Recebo agora documentos da CPI para dizer onde eu estava nos meus últimos fins de semana. Não interessa onde eu estava. Respeito a CPI. Estive no meio do povo, tenho de dar exemplo. É fácil para mim ficar no Palácio do Alvorada, tem tudo lá. Não posso, sem ouvir o povo, tomar conhecimento do que eles sentem e do que eles querem. Vou continuar andando em comunidades em Brasília. Alguns acham que vou passear. Não, vou continuar a fazer tudo que aqueles que me criticam deveriam fazer", disse.

O presidente voltou a fazer ataques à China e citou uma teoria da conspiração de que o vírus da covid-19 tenha sido criado em laboratório ou causado por ingestão de um animal. Bolsonaro chegou a classificar a pandemia como "guerra química".

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