Bolsonaro diz que pediu a vice para ficar quieto
Candidato do PSL também negou que o candidato a vice em sua chapa, general Hamilton Mourão, tenha ameaçado desistir da disputa
Estadão Conteúdo
Publicado em 28 de setembro de 2018 às 20h37.
Última atualização em 28 de setembro de 2018 às 20h39.
São Paulo - O candidato à Presidência do PSL, Jair Bolsonaro , negou, nesta sexta-feira, que o candidato a vice em sua chapa, general Hamilton Mourão (PRTB), tenha ameaçado desistir da disputa após atritos relacionados a declarações polêmicas suas, que levaram o deputado a exigir que Mourão não dê novas declarações ou participe de eventos de campanha.
"Falei pra ele ficar quieto porque afinal de contas está atrapalhando. O vice geralmente não apita nada, mas atrapalha muito", disse Bolsonaro, que concedeu uma entrevista à TV Bandeirantes de seu quarto no hospital Albert Einstein, onde se recupera desde o último dia 7, quando foi transferido de Juiz de Fora (MG), após ataque à faca.
Bolsonaro, no entanto, defendeu as declarações de Mourão a respeito do 13º salário e do adicional de férias. Para o candidato, o general foi mal compreendido e lhe falta de "malícia" no trato com a imprensa. "Achava que tinha que ser mais enxuto, não que tinha que acabar. É cláusula pétrea, nem por proposta de emenda à constituição (PEC) dá para tirar", explicou.
O candidato também defendeu o economista de sua campanha, Paulo Guedes, outro que desmarcou agendas e sumiu dos compromissos públicos desde que sugeriu, entre outras coisas, a volta de um imposto nos moldes da antiga CPMF. Para ele, Guedes é outro que teve suas declarações distorcidas pela mídia. "Quem criou a CPMF foi o Fernando Henrique, eu votei pela extinção do tributo, não aceito discutir isso e ponto final."
Ele também comentou a matéria de capa da Veja esta semana, que traz a denúncia feita por sua ex-mulher em 2008 à Justiça do Rio. Nela, Ana Cristina Siqueira Valle o acusa de furtar um cofre de banco, ocultar patrimônio, receber pagamentos não declarados e agir com desmedida agressividade. "A minha própria ex-mulher desmente muita coisa. Separação é uma coisa litigiosa, cotoveladas acontecem de todas as partes", minimizou.
Campanha
Na entrevista, o presidenciável disse que, por recomendação médica, deve permanecer em casa até o próximo dia 10, três dias após a realização do primeiro turno. Após esse período, - "em havendo 2º turno" - deve voltar à campanha e aos debates, mas sem a mesma exposição de antes, por precaução por causa da recuperação da cirurgia.
O candidato do PSL se disse "com mais gás que antes" e que vai se manter ativo nas redes sociais nesse período de repouso. Numa escala de zero a dez para a saúde, o candidato se deu 8.