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Bolsonaro diz em nota que Olavo "não contribui com objetivos do governo"

Após divulgar vídeo com críticas a militares, escritor também foi censurado pelo vice Hamilton Mourão: "deveria limitar-se à função de astrólogo"

Jair Bolsonaro disse que "recentes declarações (de Olavo) contra integrantes dos poderes da República não contribuem para a unicidade de esforços e consequente atingimento dos objetivos propostos em nosso projeto de governo" (Joshua Roberts/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 22 de abril de 2019 às 20h54.

Brasília — O presidente Jair Bolsonaro reagiu nesta segunda-feira, 22, por meio de nota, às críticas do escritor Olavo de Carvalho a integrantes do governo federal, principalmente, à ala militar do Palácio do Planalto. Bolsonaro afirmou, em comunicado lido pelo porta-voz Rêgo Barros, que Olavo não contribui com os objetivos do governo.

"O professor Olavo de Carvalho teve um papel considerável na exposição das ideias conservadoras que se contrapuseram à mensagem anacrônica cultuada pela esquerda e que tanto mal fizeram ao nosso País. Entretanto, suas recentes declarações contra integrantes dos poderes da República não contribuem para a unicidade de esforços e consequente atingimento dos objetivos propostos em nosso projeto de governo, que visam ao fim e ao cabo ao bem-estar da sociedade brasileira e ao erguimento do Brasil no contexto das nações", disse o porta-voz, ao ler a nota do presidente.

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Conforme Rêgo Barros, o presidente entende que Olavo de Carvalho possui "espírito patriótico" e tenta "contribuir com a mudança e o futuro do Brasil".

Em um vídeo publicado na internet, Olavo de Carvalho aparece fazendo duras críticas aos militares. “Qual a última contribuição das escolas militares à alta cultura nacional? As obras do Euclides da Cunha. Depois de então, foi só cabelo pintado e voz impostada. E cagada, cagada”, disse Carvalho.

A fala de Olavo de Carvalho, que foi posteriormente apagada tanto de sua conta quanto da conta de Jair Bolsonaro, que havia compartilhado o conteúdo, gerou resposta do vice-presidente Hamilton Mourão. General do Exército, Mourão afirmou que Olavo deveria se limitar à sua função de astrólogo.

Redes sociais

Rêgo Barros também garantiu que o presidente Bolsonaro assume a responsabilidade pelo gerenciamento de suas redes sociais, após o compartilhamento do vídeo de Olavo em sua conta.

"O presidente entende que é muito importante ele assumir a responsabilidade por suas mídias sociais", afirmou Rêgo Barros. Questionado, o porta-voz não respondeu se foi o presidente que postou ou excluiu a sequência de críticas aos militares de seu canal de vídeos.

Filho do presidente, o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) tem influência na administração das mídias sociais do pai e repassou aos seus seguidores o conteúdo com as críticas de Olavo. Ele elogiou o professor nesta segunda, entre reações do presidente e do vice.

O porta-voz disse que Bolsonaro considera importante a "unicidade de propósitos" entre os integrantes do governo federal.

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