Bolsonaro: Democracia e liberdade só existem quando Forças Armadas querem
Em cerimônia de celebração dos 211 anos do Corpo de Fuzileiros Navais no RJ, o presidente defendeu que sua missão será cumprida ao lado das pessoas de bem
Clara Cerioni
Publicado em 7 de março de 2019 às 12h44.
Última atualização em 7 de março de 2019 às 14h15.
São Paulo — O presidente Jair Bolsonaro afirmou a militares , em evento no Rio de Janeiro, nesta quinta-feira (7), que a democracia e a liberdade só existem quando as Forças Armadas querem.
"A missão será cumprida ao lado das pessoas de bem do nosso Brasil, daqueles que amam a pátria, daqueles que respeitam a família, daqueles que querem aproximação com países que têm ideologia semelhante à nossa, daqueles que amam a democracia e a liberdade. E isso, democracia e liberdade, só existe quando as suas respectivas Forças Armadas assim o quer (sic)”, falou o presidente.
Em cerimônia de celebração dos 211 anos do Corpo de Fuzileiros Navais no Centro do Rio de Janeiro, Bolsonaro fez um breve discurso de menos de quatro minutos.
Oposição reage
Em crítica à fala de Bolsonaro, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad afirmou que "o presidente não atendeu a imprensa para explicar o raciocínio".
A presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PT-RS), mostrou indignação, afirmando que "essa pessoa não tem limites na agressividade".
Ivan Valente, deputado federal pelo PSOL fluminense, lembrou o trecho da Constituição Federal que diz que "todo poder emana do povo" e disse que a fala do presidente pode ser interpretada como uma mensagem que insta os militares a uma postura antidemocrática.
Previdência
Durante sua fala, o presidente reiterou que os militares serão atingidos pela reforma da Previdência, mas ressaltou que serão respeitadas as especificidades de cada Força.
Bolsonaro não deu detalhes sobre a reforma do sistema previdenciário dos militares, dizendo apenas que a mudança vai exigir sacrifícios.
“O que eu quero dos senhores é sacrifício também, entraremos sim numa nova Previdência que atingirá os militares, mas não deixaremos de lado e não esqueceremos as especificidades de cada Força”, disse.
O evento com militares no Rio foi a primeira agenda oficial de Bolsonaro após a polêmica causada durante o Carnaval por um vídeo controverso publicado pelo presidente no Twitter para criticar as festividades.
Bolsonaro não fez qualquer comentário no breve discurso sobre a repercussão da postagem, mas declarou que quer ao seu lado pessoas que apoiam a família, a democracia e aqueles que têm uma ideologia semelhante a dele.
“O que eu quero é colocar o Brasil em lugar de destaque que merece no mundo”, finalizou.