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Bolsonaro conseguirá governar sem os partidos?

Alijadas da formação do governo, legendas se movimentam. Presidente dependerá, na relação com o Congresso, de um político do baixo clero, e de um general

Jair Bolsonaro:  presidente eleito recomendou que a candidatura do Brasil fosse retirada.  (Andre Coelho/Getty Images)

Jair Bolsonaro: presidente eleito recomendou que a candidatura do Brasil fosse retirada. (Andre Coelho/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 27 de novembro de 2018 às 06h56.

Última atualização em 27 de novembro de 2018 às 12h53.

O presidente eleito Jair Bolsonaro desembarcará, nesta terça-feira, 27, em Brasília para uma semana que deve definir a espinha dorsal de seu governo. A expectativa é que o organograma comporte de 17 a 19 ministérios. Até o momento, já foram indicados 14 nomes que devem assumir suas respectivas pastas a partir do dia 1o de janeiro. Portanto, faltariam ainda de três a cinco nomeações, tarefa que Bolsonaro pretende concluir até o fim do mês.

“Tenho conversado com bancadas e as bancadas que têm indicado, não os partidos”, disse o presidente eleito, no domingo, 25, após participar de um evento na Escola de Educação Física do Exército, de acordo com a agência de notícias Reuters.

Segundo o jornal O Globo, a equipe de transição estuda transformar alguns ministérios que ainda não foram oficializados, como o do Meio Ambiente, Minas e Energia, Infraestrutura, Cidadania ou do Trabalho, por exemplo, em agências. Com isso, a estrutura ficaria mais próxima ao desenho inicial que previa o estabelecimento de 15 pastas. Uma reunião nesta terça-feira também servirá para definir nomes de chefias e de sub-chefias de várias áreas do novo governo.

Governar com bancadas, e não com partidos, é uma nova forma de fazer política em Brasília. Alijados da formação do governo, uma série de partidos do bloco do Centrão se movimentam para minar, desde já, esta nova prática. Entre eles está o PR, que se reúne hoje na capital federal e deve liberar seus parlamentares para votar como bem entenderem a partir de janeiro. O próprio PSL, do presidente eleito, se ressente de participar pouco da formação do governo.

Políticos tradicionais veem na aparente anarquia partidária uma oportunidade de se manter no topo da pirâmide de influência parlamentar. Rodrigo Maia (DEM), afirma já ter um terço dos votos totais para continuar chefiando a Câmara. Renan Calheiros (MDB) e Tasso Jereissati (PSDB) articulam para presidir o Senado.

No relacionamento com o Congresso Bolsonaro aposta em Onyx Lorenzoni (DEM), um político do baixo clero, e do recém-nomeado general Carlos Alberto dos Santos Cruz, para a Secretaria de Governo. Com Temer, os cargos são ocupados por dois políticos experimentados: Eliseu Padilha e Carlos Marun. Ontem, Marun disse que a nomeação de um general para o posto que hoje ocupa é uma “novidade”.

 

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