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Bolsonaro acha que projeto de Moro não pode ser deixado para depois

De acordo com o porta-voz Otávio Rêgo Barros, presidente considera pacote anticrime tão importante quanto Previdência

Moro-Bolsonaro: presidente e ministro buscam aprovar projeto anticrime no Congresso (Ueslei Marcelino/Reuters)

Moro-Bolsonaro: presidente e ministro buscam aprovar projeto anticrime no Congresso (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Reuters

Publicado em 29 de março de 2019 às 20h26.

O presidente Jair Bolsonaro acredita que o pacote anticrime proposto pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, não pode ser deixado para depois e é tão importante para o país quanto as reformas estruturantes, como a da Previdência, disse nesta sexta-feira o porta-voz da Presidência da República, general Otávio Rêgo Barros.

"O governo considera que, junto com as reformas estruturantes, o projeto do ministro Moro é extremamente importante e ansiado pela sociedade. O Brasil clama por ações urgentes nessa área e o presidente acredita que não podem ser deixadas para depois", disse o porta-voz em briefing à imprensa no Palácio do Planalto.

A tramitação do pacote anticrime na Câmara dos Deputados foi motivo de embate recente entre Moro e o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que decidiu priorizar a reforma da Previdência sobre as medidas propostas pelo titular da Justiça.

O embate público entre Maia e Moro aconteceu no meio das trocas de farpas também públicas entre o presidente da Câmara e Bolsonaro pelo que o deputado considera a necessidade de o presidente ser mais ativo na articulação para aprovar a reforma da Previdência.

Posteriormente houve um entendimento entre o deputado e o ministro, inclusive com Maia dando aval para que a senadora Eliziane Gama (PPS-MA) apresentasse no Senado texto idêntico ao entregue por Moro à Câmara, de modo que os senadores possam dar andamento ao projeto enquanto os deputados se dedicam à reforma da Previdência.

O porta-voz disse ainda que a equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, está fazendo um "mutirão" para tirar dúvidas de parlamentares sobre a proposta de reforma da Previdência e que Bolsonaro acredita que a escolha do deputado Delegado Marcelo Freitas (PSL-MG) para relatar a proposta na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara permitirá um rápido desenlace da medida na comissão.

Educação e Israel

Indagado sobre a nomeação do tenente-brigadeiro do ar Ricardo Machado Vieira como secretário-executivo do Ministério da Educação, o porta-voz disse que foi uma escolha do titular da pasta, Ricardo Vélez Rodríguez, e afirmou que Bolsonaro delega a seus ministros a escolha dos integrantes da equipe de cada ministério.

O porta-voz também tratou da viagem que Bolsonaro fará a Israel entre domingo e quarta-feira. O presidente vai se reunir com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, às vésperas de uma eleição na qual o premiê buscará a reeleição, e tratará de assuntos nas áreas de defesa, combate ao crime, ciência e tecnologia, entre outros.

Estarão na comitiva de Bolsonaro os ministros Ernesto Araújo (Relações Exteriores), Bento Albuquerque (Minas e Energia), Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia) e general Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), além de parlamentares, do DEM e do PSL, partido de Bolsonaro, como o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho mais velho do presidente.

Rêgo Barros disse ainda que, em encontro com Bolsonaro nesta sexta, representantes da Boeing, agradeceram o presidente por seu apoio ao acordo entre a empresa norte-americana e a Embraer e manifestaram seu comprometimento com o cargueiro KC-390, desenvolvido pela fabricante brasileira de aeronaves.

(Por Eduardo Simões, em São Paulo)

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