Brasil

Venezuela, Bolívia e Equador retiram embaixadores do Brasil

“Destituíram Dilma. Uma apologia ao abuso e à traição. Retiraremos nosso encarregado da embaixada", disse Rafael Correa em seu Twitter


	Impeachment: “destituíram Dilma. Uma apologia ao abuso e à traição. Retiraremos nosso encarregado da embaixada", disse Rafael Correa em seu Twitter
 (Wilson Dias/ABr)

Impeachment: “destituíram Dilma. Uma apologia ao abuso e à traição. Retiraremos nosso encarregado da embaixada", disse Rafael Correa em seu Twitter (Wilson Dias/ABr)

DR

Da Redação

Publicado em 1 de setembro de 2016 às 12h24.

São Paulo - O impeachment de Dilma Rousseff (PT) aumentou ainda mais as tensões entre os países da América do Sul. Após a decisão final do Senado brasileiro, os presidentes Nicolás Maduro, da Venezuela, Rafael Correa, do Equador, e Evo Morales, da Bolívia, afirmaram que vão retirar seus embaixadores do Brasil, alegando que o governo de Michel Temer é consequência de um golpe de Estado parlamentar.

Por meio de nota oficial, o governo de Maduro afirmou que “condena categoricamente o golpe de Estado” que “substituiu ilegitimamente a vontade popular de 54 milhões de brasileiros, violentando a Constituição e alterando a democracia neste país irmão”.

Também disse que vai retirar definitivamente seu embaixador do Brasil e congelar as relações políticas e diplomáticas com o “governo surgido desse golpe parlamentar”.

O presidente do Equador, Rafael Correa, publicou, em sua conta oficial no Twitter, que a destituição de Dilma foi “uma apologia ao abuso e à traição” e prometeu retirar o embaixador equatoriano do Brasil. “Jamais reconheceremos estas práticas, que nos recordam as horas mais obscuras de nossa América.”

Já o presidente boliviano, Evo Morales, também condenou o “golpe parlamentar contra a democracia brasileira”, em declaração na sua conta oficial nas redes sociais. Ele convocou de volta seu embaixador para “tomar medidas que neste momento se aconselham”. Morales acompanhou o julgamento do Senado brasileiro de perto e se posicionou frequentemente nas redes sociais sobre o assunto nesta última semana. Em suas declarações, ele já havia prometido tomar essa medida caso o impeachment fosse aprovado. 

Preocupado com a repercussão do impeachment nos países vizinhos, o governo brasileiro decidiu chamar seus embaixadores na Venezuela, Equador e Bolívia, segundo informou ontem uma fonte do Ministério de Relações Exteriores.

Argentina e Chile

Com um tom mais ameno, os governos de Argentina e Chile disseram que vão continuar mantendo as relações diplomáticas com o Brasil após o impeachment.

O Ministério das Relações Exteriores argentino afirmou que “respeita o processo institucional do Brasil” e que vai continuar trabalhando com o governo brasileiro para a resolução de temas de mútuo interesse nas agendas bilaterais, regional e multilateral, assim como para o fortalecimento do Mercosul.

Já o Chile manifestou apreço a Dilma Rousseff e reconheceu que os dois países “mantiveram uma relação intensa e produtiva durante seu mandato”. Além disso, afirmou que espera seguir construindo com o governo e povo brasileiros “renovados caminhos de convergência e fortalecimento da relação bilateral.”

Veja o que falaram governantes sul-americanos nas redes sociais após o impeachment de Dilma:

Nicolás Maduro, presidente da Venezuela:

Rafael Correa, presidente do Equador:

Evo Morales, presidente da Bolívia:

Ministério de Relações Exteriores da Argentina:

Acompanhe tudo sobre:América LatinaBolíviaDilma RousseffEquadorImpeachmentPersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos Trabalhadores

Mais de Brasil

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP

Governos preparam contratos de PPPs para enfrentar eventos climáticos extremos

Há espaço na política para uma mulher de voz mansa e que leva as coisas a sério, diz Tabata Amaral

Quais são os impactos políticos e jurídicos que o PL pode sofrer após indiciamento de Valdemar