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Boeing negocia parceria em pesquisa com ITA e ICEA

Companhia americana está em conversas para a celebração de uma parceria em pesquisa sobre o tráfego aéreo nacional


	Avião Boeing decola para um voo de demonstração: ideia é colaborar para uma melhor gestão do tráfego, de maneira a potencialmente elevar a eficiência no espaço aéreo
 (Pascal Rossignol/Reuters)

Avião Boeing decola para um voo de demonstração: ideia é colaborar para uma melhor gestão do tráfego, de maneira a potencialmente elevar a eficiência no espaço aéreo (Pascal Rossignol/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 26 de novembro de 2013 às 17h29.

São Paulo - A Boeing está em conversas com o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e com o Instituto de Controle do Espaço Aéreo (ICEA), ligado ao Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DCEA), para a celebração de uma parceria em pesquisa sobre o tráfego aéreo nacional. A informação é do diretor de operações e coordenador de pesquisa da Boeing Research & Technology-Brasil, Antonini Puppin-Macedo.

De acordo com ele, a ideia é colaborar para uma melhor gestão do tráfego aéreo brasileiro, de maneira a potencialmente elevar a eficiência no espaço aéreo nacional e permitir um maior número de aviões em circulação. "Com isso, também a Boeing se beneficiaria com a venda de mais aeronaves", disse o executivo. Puppin-Macedo comentou que a Boeing tem estudos semelhantes em outros mercados, como o norte-americano e o europeu, e que parte dessas pesquisas poderia colaborar nos estudos no Brasil.

A gestão de tráfego aéreo é um dos temas de foco do centro de pesquisa que a Boeing está construindo no Brasil, ao lado de biocombustíveis sustentáveis de aviação, metais avançados e biomateriais e tecnologias de apoio e serviços. Anunciado em abril de 2012, o novo centro de pesquisa está perto de ser inaugurado, segundo informou a presidente da Boeing no Brasil, Donna Hrinak. "Queremos fortalecer a indústria aeroespacial brasileira", disse a executiva a jornalistas, referindo-se ao centro de pesquisas brasileiro, o sexto fora dos Estados Unidos. Ela salientou que a Boeing colaborará no fortalecimento do setor no País por meio de pesquisas em parcerias com agências governamentais, universidades e empresas privadas e que serão estas a liderar a expansão da indústria, e não diretamente a fabricante de aeronaves.

Atualmente, o centro de pesquisa já funciona, em uma área provisória, explicou Puppin-Macedo. Em uma segunda fase, prevista para o primeiro semestre de 2014, o centro passará a funcionar em uma área de cerca de 450 metros quadrados que está sendo reformada no Parque Tecnológico de São José dos Campos, no Estado de São Paulo.

Além da pesquisa sobre tráfego aéreo, Puppin-Macedo destacou avanços nas parcerias para pesquisas no setor de biocombustíveis. Após a elaboração, em parceria com a Embraer e a Fapesp, de um Plano de Ação com oportunidades e desafios para viabilizar biocombustíveis para aviação, anunciado em junho, as três instituições finalizam agora um relatório científico, detalhando esse plano. "Vamos financiar projetos de pesquisa para algumas das lacunas que identificamos para o desenvolvimento do biocombustível", comentou o executivo, sem dar detalhes.

Ele também lembrou do memorando de entendimentos assinado este mês entre a Boeing e a Gol Linhas Aéreas para acelerar a pesquisa, o desenvolvimento e a aprovação de novas fontes de biocombustível sustentável para aviação no País. Pelo memorando, a Boeing apoiará os planos da Gol de usar o bioquerosene durante a Copa. A aérea planeja usar biocombustível em 200 voos durante 2014 e incorporá-lo em 20% de seus voos em 2016. Pelo memorando, a Boeing trabalhará com a Gol para identificar e selecionar as matérias-primas e as tecnologias de refino mais promissoras e colaborará no processo de aprovação para os novos combustíveis.

Empresas envolvidas no desenvolvimento do bioquerosene, reunidas na Plataforma Brasileira de Biocombustível para Aviação, entre as quais a Gol e a Boeing, sugerem potenciais incentivos governamentais, como redução do ICMS para o combustível sustentável, para viabilizar o seu uso, apesar do custo mais elevado. Segundo Puppin-Macedo, será financiado um estudo, a ser elaborado por uma instituição independente, para saber qual deveria ser o estímulo para viabilizar o bioquerosene. "Acredita-se que seria algo bem razoável, nada que exija valores adicionais (à desoneração)", comentou.

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