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Boa cogita mudar de cidade se perder apoio da prefeitura

A prefeitura divulgou nota oficial nesta segunda-feira informando que o departamento jurídico está analisando o apoio ao clube

Goleiro Bruno: equipe já perdeu quatro patrocinadores e o fornecedor de material esportivo (Pedro Vilela/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 14 de março de 2017 às 14h21.

Depois de perder quatro patrocinadores e o fornecedor de material esportivo por causa da contratação do goleiro Bruno Fernandes, condenado em primeira instância pelo sequestro, assassinato e ocultação de cadáver da ex-amante, Eliza Samudio, o presidente do Boa Esporte Clube, Rone Moraes da Costa, cogita levar o clube para outra cidade, caso a prefeitura de Varginha também retire o apoio financeiro.

A prefeitura divulgou nota oficial nesta segunda-feira informando que o departamento jurídico está analisando o apoio ao clube. "Se a prefeitura não quer o Boa, podemos tomar outro rumo", diz o dirigente na manhã desta terça-feira.

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Sobre os patrocinadores, ele garante que já negocia com outras empresas e deverá anunciar um patrocinador master até sexta-feira. "O Boa Esporte não vai sair no prejuízo", garante o dirigente.

Após a chegada de Bruno, já deixaram o clube os apoiadores Nutrends (suplementos alimentares), Cardiocenter (exames cardiológicos), Magsul (clínica de ressonância magnética), o patrocinador principal Gois&Silva e Kanxa (fornecedora de material esportivo).

"Tenho a consciência tranquila de que o Bruno precisa desse processo de ressocialização e pode dar continuidade a sua carreira. O Boa não é Tribunal de Justiça. Ele foi liberado há 15 dias e nós temos o princípio de ajudar o próximo. Ele merece uma nova oportunidade", afirmou.

O goleiro Bruno Fernandes, de 32 anos, deixou a Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (Apac) de Santa Luzia, na Grande Belo Horizonte, na sexta-feira.

No local, ele cumpria pena de 22 anos e 3 meses de prisão pelo sequestro, assassinato e ocultação de cadáver da ex-amante, Eliza Samudio, com quem teve um filho.

A defesa do jogador conseguiu no dia 21 um habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF) para que o atleta fosse libertado.

A decisão foi do ministro Marco Aurélio Mello, que considerou o fato de o jogador estar preso há quase sete anos sem que o júri que o condenou tenha sido referendado em segunda instância. A defesa recorreu da decisão do Tribunal do Júri.

Bruno foi apresentado oficialmente nesta terça-feira como jogador do Boa. O jogador se esquivou de várias perguntas e disse que falaria apenas do futebol.

"Eu venho me preparando há alguns anos. As pessoas correm de mim pelo o que aconteceu no passado. O Boa está abrindo as portas. Estou muito feliz, motivado. Deus está abrindo as portas para a gente. Tenho certeza que é Deus", disse o goleiro.

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