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BID aponta Brasil e México como modelos diferentes de crescimento econômico

Segundo o banco, a sólida recuperação da América Latina esconde duas velocidades diferentes e duas formas de se adaptar às mudanças na economia mundial

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Da Redação

Publicado em 27 de março de 2011 às 17h25.

Calgary, Canadá - O Brasil, exportador de matérias-primas e orientado para os países de economia emergente, e o México, dependente dos países industrializados, são os dois modelos atuais de crescimento regional, segundo um relatório divulgado neste domingo por ocasião da Assembleia Anual do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

A sólida recuperação da América Latina esconde, na realidade, duas velocidades diferentes e duas formas de se adaptar às mudanças na economia mundial, afirmam os autores do trabalho.

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"O grupo liderado pelo Brasil está muito bem situado num mundo em que as economias emergentes são o motor de crescimento", explica o informe.

"Os preços das matérias-primas são altos e os fluxos de capital estão entrando nesse grupo para aproveitar as melhores oportunidades e perspectivas mais brilhantes", acrescenta o texto.

"A outra face da moeda é representado pelo grupo liderado pelo México, cujos membros compartilham laços comerciais muito mais fortes, tanto em bens como em serviços, com países industriais", argumenta o texto.

As perspectivas de crescimento para ambos os grupos são, por isso, notavelmente diferentes, constata o documento: 4,4% no caso do Brasil e seus seguidores, 2,7% para o México e seu grupo de países.

Os especialistas do BID colocam no grupo do Brasil a Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela, assim como Trinidad e Tobago.

No grupo mexicano se encontram todos os países centro-americanos e caribenhos, com exceção do Haiti.

Antes da crise de 2008, os países emergentes representavam 50% da demanda mundial, e atualmente representam 75%.

Índia, Rússia e China representavam 9% das exportações brasileiras em 2006, enquanto que em 2009 já era de 17%.

Para o México, as exportações para esses países só representavam 3%.

Estas perspectivas favoráveis para o Brasil não estão isentas de problemas: a entrada de capitais maciça que está sofrendo América Latina tem um duro impacto sobre o real brasileiro.

Brasília está aplicando controles e impostos sobre esses capitais que o México, em compensação, não considera necessários.

O BID calcula que, em 2010, um total de 266 bilhões de dólares chegou à América Latina, dos quais 55% foram fluxos financeiros, não de investimento direto.

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