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BC deveria ter postura mais enérgica contra inflação, diz BES

Economista Flávio Serrano reconhece, no entanto, que algumas hipóteses do Banco Central estão funcionando e podem justificar alta de 0,5 ponto na Selic

Barris de petróleo: alta no preço pode ter efeito ambiguo na inflação doméstica (Joe Mabel/Wikimedia Commons)

Barris de petróleo: alta no preço pode ter efeito ambiguo na inflação doméstica (Joe Mabel/Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 28 de fevereiro de 2011 às 11h55.

São Paulo – O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) deveria elevar os juros em 0,75 ponto percentual para controlar as expectativas inflacionárias do mercado.

A avaliação é do economista-sênior do BES Investimento, Flávio Serrano, que participou nesta segunda-feira (28) do programa “Momento da Economia”, na Rádio EXAME.

“A gente acredita que uma postura mais enérgica, de 0,75 ponto, seria mais eficiente na atual conjuntura. Isso não quer dizer que uma alta de 0,5 ponto percentual seja uma medida ruim, mas a gente está preocupado com a piora das expectativas de inflação”, diz Serrano.

O economista reconhece, no entanto, que algumas hipóteses do Banco Central estão funcionando e podem justificar uma alta menor da Selic. “As medidas macroprudenciais estão esfriando o crédito, aumentando o custo e reduzindo a taxa de concessão. São efeitos importantes principalmente para as pessoas físicas.”

Uma das principais divergências entre o governo e o mercado está na área fiscal. O Banco Central coloca em suas premissas que o governo vai atingir um superávit primário de 3% do PIB neste ano. “O mercado, mais cético, trabalha com um resultado menor de superávit fiscal. Com o anúncio do corte de R$ 50 bilhões, a hipótese do BC ficou mais forte”, explica Serrano. “Além disso, o início do ano mostra desaceleração na indústria e no varejo. A gente deve ter um dado do PIB do primeiro trimestre bem mais acomodado.”

Outro ponto que será levado em consideração na reunião do Copom nesta quarta-feira (2) é o cenário internacional, incluindo a crise no mundo árabe e no Oriente Médio. “O cenário externo continua ambiguo. (...) Ao mesmo tempo que o petróleo é inflacionário em termos de custo, também é deflacionário porque pode causar desaceleração econômica.” Esse cenário de incerteza pode reforçar a cautela do Banco Central, que manteria o ritmo de alta dos juros básicos em 0,5 ponto percentual.

Na entrevista (para ouvi-la na íntegra, clique na imagem acima), o economista-sênior do BES Investimento explica o papel do câmbio no controle da inflação e projeta o comportamento dos preços nos próximos meses.

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