SENADO: Ronaldo Caiado e Lindbergh Farias discutem em sessão que discute o impeachment de Dilma Rousseff / Marcelo Camargo/ Agência Brasil
Da Redação
Publicado em 25 de agosto de 2016 às 18h50.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 18h59.
Dada a largada
Começou nesta quinta-feira o julgamento final do processo de impeachment de Dilma Rousseff. No início da sessão, aberta às 9h45, foram discutidas durante cerca de 3 horas as questões de ordem entre senadores. Em seguida, o procurador Júlio Marcelo de Oliveira, representante do Ministério Público no Tribunal de Contas da União (TCU), foi chamado a depor. Um pedido da defesa de Dilma o transformou de testemunha em informante, tirando o status de seu depoimento e impedindo que seja usado como prova. “Foi um grande plano de fraude fiscal, que contou com a omissão do registro das dívidas”, disse. O julgamento foi pausado por 1 hora e deve voltar às 19 horas.
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Bate-boca
Durante os debates na sessão, houve confusão entre Gleisi Hoffmann (PT-PR), Lindbergh Farias (PT-RJ) e Ronaldo Caiado (DEM-GO). O estopim foi uma alfinetada de Gleisi, que disse que senadores que condenam a presidente afastada Dilma Rousseff não têm “moral” para julgá-la. Caiado devolveu dizendo que não era ele o “assaltante de aposentadorias”, em referência à fraude de empréstimos consignados que tem suposto envolvimento do ex-ministro Paulo Bernardo, marido de Gleisi. Lindbergh avançou com dedo em riste, chamando Caiado de “ladrão” e “canalha”. A sessão teve de ser suspensa pelo presidente Ricardo Lewandowski.
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Os nanicos vêm aí
Os ministros do Supremo Tribunal Federal decidiram nesta quinta-feira que os partidos “nanicos” poderão participar de debates políticos em rádio e TV. A nova lei eleitoral restringia a presença aos candidatos filiados a partidos com mais de dez representantes na Câmara dos Deputados, com a possibilidade de participação caso ⅔ dos adversários concordassem. Nesta semana, Luiza Erundina, do PSOL de São Paulo, foi excluída do debate da TV Bandeirantes, mesmo no terceiro lugar nas pesquisas.
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Mais uma de Atibaia
Um relatório de investigadores da Polícia Federal destaca contradição entre as provas obtidas por procuradores e o depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Operação Lava-Jato. Quando foi levado coercitivamente em março, Lula disse desconhecer “de nome” Paulo Gordilho, ligado à empreiteira OAS. O celular do empreiteiro, porém, tinha mensagens citando encontros, além de fotos dos dois juntos. Segundo a PF, há relatos, entre outras mensagens, de um encontro onde estariam presentes o próprio Gordilho, o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro, Lula e a ex-primeira-dama Marisa Letícia, “para tratar de assuntos de arquitetura relacionados ‘a casa e na lagoa que está vazando’”. A defesa de Lula nega a posse dos imóveis e diz que Lula não é obrigado a saber o nome de todos que são fotografados a seu lado.
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Embarque autorizado
O juiz federal Sergio Moro determinou a devolução do passaporte de Cláudia Cruz, esposa do deputado federal Eduardo Cunha (PMDB). Procuradores da República que investigam Cláudia na Operação Lava-Jato temiam que ela movimentasse contas ainda desconhecidas pela força-tarefa ou até mesmo fugisse do país. Moro entende que Cláudia tem “papel subsidiário” no suposto esquema de corrupção, não existindo, portanto, razões concretas para manter seu passaporte em juízo.
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Vem, investimento
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou nesta quinta-feira a criação de uma linha de crédito para ajudar investidores a comprar ativos de empresas em recuperação judicial. O orçamento inicial é de 5 bilhões de reais, em vigor até agosto de 2017. De acordo com o governo Temer, os recursos são 100% do banco, sem nenhum subsídio do Tesouro Nacional. Somente no primeiro semestre deste ano 923 empresas entraram em recuperação judicial. Em 2015 inteiro, foram 1.171, a maior quantidade desde a instituição da recuperação judicial em 2005.
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Passos de tartaruga
A Justiça de Minas Gerais bloqueou 25,6 milhões de reais de dez réus do mensalão tucano, mas rejeitou relação com o ex-governador de Minas Gerais Eduardo Azeredo. O peessedebista foi condenado a 20 anos e dez meses em primeira instância por peculato e lavagem de dinheiro durante a campanha em outra frente de investigação. Desta vez, o Ministério Público investiga a prática de improbidade administrativa por transferência de valores das estatais Copasa e Comig para empresas de comunicação de Marcos Valério “sem a prévia realização de procedimento licitatório, bem como formalização de contrato administrativo”. O empresário já foi condenado a 39 anos de prisão no mensalão do PT.