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Base obtém assinaturas para plebiscito da reforma

Líderes prometeram trabalhar para que ocorra no final deste ano ou no segundo turno das eleições de 2014

Presidenta Dilma Rousseff recebe de líderes de partidos na Câmara abaixo-assinado que pede plebiscito para reforma política (Antônio Cruz/ABr)
DR

Da Redação

Publicado em 28 de agosto de 2013 às 22h18.

Brasília - Sem incorporar a maioria das sugestões da presidente Dilma Rousseff , o plebiscito sobre reforma política conseguiu o número de assinaturas suficiente para tramitar no Congresso Nacional sob a forma de projeto de decreto legislativo (PDL).

Líderes da base aliada apresentaram nesta quarta-feira, 28, à presidente o resultado da coleta de assinaturas e prometeram trabalhar para que a consulta ocorra no final deste ano ou no segundo turno das eleições de 2014. O decreto prevê que apenas três temas sejam tratados: financiamento das campanhas eleitorais, participação popular na apresentação de propostas via internet e a realização de todas as eleições no mesmo ano.

Não foram incorporados ao decreto quatro dos cinco pontos levantados inicialmente por Dilma: definição do sistema eleitoral (como voto distrital e em lista), fim das coligações partidárias, suplência do Senado e voto secreto no Congresso Nacional.

O plebiscito foi uma das formas que o Palácio do Planalto encontrou para "ouvir a voz das ruas", em uma resposta às manifestações que tomaram conta das ruas do País. O governo trabalhava com a ideia de realizar o plebiscito no dia 7 de setembro.

"Fizemos três questões, porque achamos que o plebiscito deve centrar em questões prioritárias e ter poucas perguntas. São as perguntas que o maior número de parlamentares concordaram", afirmou a líder do PC do B na Câmara, deputada Manuela D'Ávila (RS), em coletiva de imprensa concedida após a audiência com Dilma. "Sabemos que a reforma política deve abarcar muitas questões, mas no plebiscito não é possível fazer todas elas ao mesmo tempo."

O PDL vai agora para a Comissão de Finanças e Tributação (CFT) e a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). A Justiça Eleitoral já avisou que precisará de pelo menos 70 dias para preparar um plebiscito sobre reforma política. Os gastos com a consulta podem chegar a R$ 500 milhões.


Manuela e o líder do PT na Câmara, José Guimarães (CE), desconversaram quando perguntados sobre o prazo para as modificações advindas do plebiscito entrarem em vigor. "Veja bem, vocês primeiro falaram que não tem assinatura. Conseguimos. A segunda etapa é convencer o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para fazermos o quanto antes. Não vamos agora polemizar se é no final do ano, no começo ou depois, vamos aprovar o plebiscito. A data está em aberto", enfatizou Guimarães.

Questionado sobre a remota possibilidade de as mudanças do plebiscito já serem válidas para 2014, Guimarães retrucou: "Você está dizendo que não dá, mas por que não pode dar?"

Para Manuela, nada é mais importante que a participação das pessoas na reforma política e a forma como as campanhas são financiadas. "Ao contrário do que muitos afirmaram, o plebiscito não está morto, está mais vivo do que nunca", disse.

Iniciativa popular

Confrontada com o fracasso iminente do plebiscito, Dilma demonstrou simpatia ao projeto de iniciativa popular do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE). Estaria até disposta a se manifestar publicamente favorável a ele, mas foi convencida a aguardar a coleta de assinaturas.

A proposta de iniciativa popular é mais ambiciosa que o plebiscito defendido pelo governo. Entre as principais mudanças defendidas pelo movimento intitulado "Eleições Limpas" estão o sistema de voto em dois turnos nas eleições proporcionais (com votação primeiro nos partidos e depois nos candidatos), proibição da doação de empresas a campanhas (cada eleitor poderá doar até R$ 700), criminalização do caixa dois (com pena de reclusão de dois a cinco anos) e a escolha dos candidatos de cada partido por meio de prévias fiscalizadas pelo Ministério Público e Justiça Eleitoral.

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Brasília - Sem incorporar a maioria das sugestões da presidente Dilma Rousseff , o plebiscito sobre reforma política conseguiu o número de assinaturas suficiente para tramitar no Congresso Nacional sob a forma de projeto de decreto legislativo (PDL).

Líderes da base aliada apresentaram nesta quarta-feira, 28, à presidente o resultado da coleta de assinaturas e prometeram trabalhar para que a consulta ocorra no final deste ano ou no segundo turno das eleições de 2014. O decreto prevê que apenas três temas sejam tratados: financiamento das campanhas eleitorais, participação popular na apresentação de propostas via internet e a realização de todas as eleições no mesmo ano.

Não foram incorporados ao decreto quatro dos cinco pontos levantados inicialmente por Dilma: definição do sistema eleitoral (como voto distrital e em lista), fim das coligações partidárias, suplência do Senado e voto secreto no Congresso Nacional.

O plebiscito foi uma das formas que o Palácio do Planalto encontrou para "ouvir a voz das ruas", em uma resposta às manifestações que tomaram conta das ruas do País. O governo trabalhava com a ideia de realizar o plebiscito no dia 7 de setembro.

"Fizemos três questões, porque achamos que o plebiscito deve centrar em questões prioritárias e ter poucas perguntas. São as perguntas que o maior número de parlamentares concordaram", afirmou a líder do PC do B na Câmara, deputada Manuela D'Ávila (RS), em coletiva de imprensa concedida após a audiência com Dilma. "Sabemos que a reforma política deve abarcar muitas questões, mas no plebiscito não é possível fazer todas elas ao mesmo tempo."

O PDL vai agora para a Comissão de Finanças e Tributação (CFT) e a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). A Justiça Eleitoral já avisou que precisará de pelo menos 70 dias para preparar um plebiscito sobre reforma política. Os gastos com a consulta podem chegar a R$ 500 milhões.


Manuela e o líder do PT na Câmara, José Guimarães (CE), desconversaram quando perguntados sobre o prazo para as modificações advindas do plebiscito entrarem em vigor. "Veja bem, vocês primeiro falaram que não tem assinatura. Conseguimos. A segunda etapa é convencer o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para fazermos o quanto antes. Não vamos agora polemizar se é no final do ano, no começo ou depois, vamos aprovar o plebiscito. A data está em aberto", enfatizou Guimarães.

Questionado sobre a remota possibilidade de as mudanças do plebiscito já serem válidas para 2014, Guimarães retrucou: "Você está dizendo que não dá, mas por que não pode dar?"

Para Manuela, nada é mais importante que a participação das pessoas na reforma política e a forma como as campanhas são financiadas. "Ao contrário do que muitos afirmaram, o plebiscito não está morto, está mais vivo do que nunca", disse.

Iniciativa popular

Confrontada com o fracasso iminente do plebiscito, Dilma demonstrou simpatia ao projeto de iniciativa popular do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE). Estaria até disposta a se manifestar publicamente favorável a ele, mas foi convencida a aguardar a coleta de assinaturas.

A proposta de iniciativa popular é mais ambiciosa que o plebiscito defendido pelo governo. Entre as principais mudanças defendidas pelo movimento intitulado "Eleições Limpas" estão o sistema de voto em dois turnos nas eleições proporcionais (com votação primeiro nos partidos e depois nos candidatos), proibição da doação de empresas a campanhas (cada eleitor poderá doar até R$ 700), criminalização do caixa dois (com pena de reclusão de dois a cinco anos) e a escolha dos candidatos de cada partido por meio de prévias fiscalizadas pelo Ministério Público e Justiça Eleitoral.

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