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Base no Congresso não faz indicações para CPMI

Em retaliação, a oposição avisou que fará, de qualquer maneira, a primeira reunião da Comisão Parlamentar amanhã

Reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras para análise do plano de trabalho e de requerimentos (Lia de Paula/Agência Senado)
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Da Redação

Publicado em 20 de maio de 2014 às 20h58.

Brasília - Mesmo com a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras exclusiva dos senadores esvaziada, a base governista no Congresso não fez as indicações dos parlamentares que vão compor a comissão mista.

Em retaliação, a oposição avisou que fará, de qualquer maneira, a primeira reunião da CPMI amanhã.

No último dia do prazo regimental para a apresentação dos nomes, só o PROS da Câmara cedeu à pressão e indicou o nome do deputado Márcio Junqueira (RR), ex-filiado do DEM.

No Senado, o bloco União e Força, comandado pelo PTB, escolheu seu líder, o senador Gim Argello (PTB-DF).

Os dois maiores blocos do Senado, liderados pelo PT e PMDB e que englobam o PP e o PDT, ignoraram o prazo final e até o fechamento desta edição não anunciaram seus representantes.

A bancada do PT da Câmara informou que tinha oito interessados para as duas vagas destinadas ao partido.

Com o objetivo de pressionar a instalação da CPMI, a oposição instalou no Salão Verde da Câmara um painel com as fotos dos parlamentares que já foram indicados para participar do colegiado e os partidos que ainda não apresentaram seus representantes.

Acusando o Palácio de Planalto de boicotar a CPMI em detrimento da CPI exclusiva do Senado, os oposicionistas afirmam que a comissão mista é a única forma de se investigar a estatal de forma imparcial.

"É muito clara a ação da presidente Dilma Rousseff para evitar que a Petrobras seja investigada", enfatizou o líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA). Os líderes partidários criticaram a CPI "chapa branca" do Senado.

Com 19 parlamentares já indicados, os oposicionistas afirmam que terão condições de fazer a reunião de instalação da CPMI amanhã. "De amanhã não passa", previu o líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho (PE).

Embate

O dia foi de embate entre governo e oposição, com direito a bate-boca no plenário da Câmara.

Preocupados em garantir que fosse realizada a última sessão ordinária das cinco exigidas pelo regimento, a oposição pressionou para o encerramento do evento solene em homenagem aos 90 anos da Coluna Prestes, o que gerou revolta entre os partidos da base aliada.

Os tucanos viram no prolongamento da sessão uma tentativa de impedir a realização da quinta sessão ordinária e concluíram que os governistas manobravam para transferir a instalação da CPMI para a próxima semana.

"Dependemos de contar prazo para que a CPMI seja instalada e a nós interessa manter o regimento interno. É uma questão política que está em jogo", disse o deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP).

No calor da discussão, a deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) e o secretário-geral da Mesa, Mozart Vianna, chegaram a subir o tom no plenário.

"Foi realizado um ato de violência contra a história do País. Contra convidados que vieram ao Plenário - e foram banidos - num ato grotesco e completamente descabido, uma pressão burocrática da Secretaria-Geral da Mesa e do deputado Izalci (PSDB-DF)", reclamou.

"Para mim não importa se é oposição ou situação. Tem de cumprir o regimento", rebateu o secretário.

São Paulo - O primeiro trimestre ainda nem acabou, mas a Petrobras já acumulou problemas neste período que podem valer para o ano inteiro. Entre processo de investigação de propina, preço das ações despencando e produção de petróleo menor, a petroleira dá indícios que não vive um bom momento. Veja, a seguir, 10 enroscos em que a Petrobras já se meteu neste ano:
  • 2. Investigação sobre propina

    2 /11(Sérgio Moraes/Reuters)

  • Veja também

    Em fevereiro, ex-funcionários da holandesa SBM, que aluga navios-plataformas, fizeram denúncias que apontam que empregados da Petrobras receberam propina para fechar negócios. O processo indica que funcionários e intermediários da petroleira receberam cerca de 140 milhões de dólares. A Petrobras abriu uma auditoria interna para apurar as denúncias. Segundo Graça, os primeiros resultados da auditoria levaram 30 dias para sair. A Comissão de Fiscalização da Câmara dos Deputados aprovou hoje requerimento para que a empresa esclareça tais irregularidades.



  • 3. Endividamento bilionário

    3 /11(REUTERS/Nacho Doce)

  • A captação de  8,5 bilhões de dólares anunciada pela Petrobras nesta semana deve impactar ainda mais o endividamento da estatal. Segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, a dívida líquida da petroleira deverá passar de 100 bilhões de dólares até 2018. De acordo com o novo plano de negócios quinquenal da Petrobras (2014-2018), 60,5 bilhões de dólares serão levantados em dívida bruta nos próximos cinco anos.

  • 4. Queda da produção

    4 /11(Pedro Lobo/Bloomberg News)

    Em 2013, a produção de petróleo da Petrobras caiu 2,5% no Brasil. Neste ano, em janeiro, a produção também recuou.  No primeiro mês do ano, a produção total de petróleo e gás natural ficou 2,2% abaixo do total produzido em dezembro de 2013, quando atingiu 2,36 milhões de barris de óleo equivalente por dia. Segundo a empresa, a interrupção da produção em duas unidades instaladas na Bacia de Campos e a venda de participação no Parque das Conchas impactaram a produção do período.


  • 5. Multa bilionária

    5 /11(REUTERS/Sergio Moraes)

    Entre outubro de 2013 e janeiro deste ano, a Petrobras recebeu cinco autuações da Receita Federal que somam 8,7 bilhões de reais. As informações estão no prospecto preliminar publicado na Securities and Exchange Comission (SEC), regulador do mercado de capitais da América do Norte. A Petroleira informou que já apresentou recursos em todos os casos. O processo ainda está em fase de julgamento.

  • 6. Ações despencaram

    6 /11(Alexandre Battibugli/EXAME)

    No final do mês passado, as ações ordinárias e preferenciais da Petrobras caíram  para o menor nível desde 2005 após a divulgação de que a dívida líquida da empresa havia crescido 50% no último ano. Os papéis preferenciais da empresa tiveram a maior queda da bolsa de São Paulo no dia 26 de fevereiro. As ações fecharam o dia cotadas a 13,70 reais, seu menor valor desde 27 de dezembro de 2005.

  • 7. Valor de mercado menor

    7 /11(Dado Galdieri/Bloomberg)

    A Petrobras foi a empresa que mais encolheu em valor de mercado no mês de fevereiro deste ano.
    Segundo dados da consultoria Economática, a estatal perdeu 12 bilhões de reais no mês passado na bolsa brasileira, período no qual o Ibovespa recuou 1,14%. Boa parte da queda é atribuída aos maus resultados de 2013 apresentados pela empresa.

    No final de fevereiro, o valor de mercado da estatal era de 172,8 bilhões de reais.

  • 8. Preço do dólar divergente

    8 /11(Bruno Domingos/Reuters)

    Durante evento para divulgar seu plano de investimentos para os próximos cinco anos, a Petrobras afirmou que vai trabalhar com um dólar de 2,23 reais neste ano.

    A cotação média do mercado, no entanto, ultrapassa a cifra de 2,40 reais e a diferença está preocupando o mercado, que não consegue entender como a estatal chegou a esse valor.
  • 9. Preço do combustível

    9 /11(Divulgação/Petrobras)

    A interferência do governo nos negócios da Petrobras também tem preocupado investidores, principalmente quando o assunto é o polêmico  reajuste no preço do combustível.

    A fim de não aumentar a inflação, o governo tem segurado os preços e a estratégia tem impactado negativamente a petroleira. A estimativa do mercado é que a empresa tenha deixado de ganhar 1,1 bilhão por não repassar alta do petróleo.

  • 10. Independência do governo

    10 /11(Francois Lenoir/Reuters)

    No mês passado, Silvio Sinedino, funcionário da Petrobras há 26 anos e presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobras (Aepet), ganhou o direito de ocupar uma cadeira no conselho de administração da estatal. Ao que tudo indica, Sinedino quer deixar claro que os funcionários da companhia não compactuam com a ideia de que as decisões da empresa teriam de estar totalmente alinhadas às decisões do Governo Federal. Hoje o conselho da Petrobrás é formado por dez membros, sete indicados pelo governo, um pelos acionistas minoritários de ações minoritárias, um pelos acionistas de ações preferenciais e um pelos empregados.





  • 11. Agora, veja 20 empresas que dominam o país

    11 /11(AGÊNCIA BRASIL)

  • Acompanhe tudo sobre:Câmara dos DeputadosCapitalização da PetrobrasCaso PasadenaCombustíveisEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas estataisEstatais brasileirasGovernoIndústria do petróleoPetrobrasPetróleoPolítica no Brasil

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